Textos e desenhos de crianças sírias fazem petição a favor da paz

Uma petição das crianças sírias a favor da paz vai ser entregue entre esta segunda-feira e a próxima quinta-feira aos responsáveis da UE e da ONU, respectivamente em Bruxelas e em Genebra. São mensagens e desenhos feitos pelas crianças sobre como é viver em guerra na Síria.

O documento será levado por uma delegação das Igrejas Católica e Ortodoxa deste país do Médio Oriente. Será encabeçada pelo Patriarca da Igreja greco-católica melquita, Gregório III, assim como um bispo greco-ortodoxo e também um bispo siro-ortodoxo.

O objectivo desta delegação “é levar este olhar das crianças que neste momento estão a ser as mais prejudicadas, as mais atingidas com tudo o que está a acontecer”, considera a directora do secretariado nacional da fundação Ajuda à Igreja que Sofre AIS).

Catarina Martins diz que “muitas delas perderam familiares, perderam amigos, perderam os seus bens, perderam tudo”. Aliás, “muitas destas crianças nasceram já em período de guerra, não sabem o que é viver em paz. E é isso que as crianças estão a pedir nesta petição: é que olhem para elas e que ajudem a fomentar a paz, a promover a paz no seu país”.

A fundação AIS coordena esta iniciativa, que é uma resposta às declarações do Papa Francisco e do Patriarca russo que em Fevereiro último, em Cuba, manifestaram o desejo de que os cristãos católicos e ortodoxos falassem a uma só voz em defesa dos cristãos perseguidos no mundo e pela paz na Síria.

“Os cristãos são muito poucos”, adianta esta responsável, que acrescenta “ninguém sabe exactamente quantos cristãos é que existem neste momento na Síria. Mas sabemos que a comunidade é pequena e precisa de estar unida e precisa de falar a uma só voz. Este juntar destes Patriarcas dos vários ritos é extremamente importante para mostrar esta unidade dos cristãos, para mostrar ao mundo que estão unidos e que querem, de facto, estar juntos para trazer o melhor, para dar o melhor a estas crianças, para trazer futuro e esperança a estas crianças que estão hoje a viver na Síria”.