04 out, 2016 - 09:10 • Aura Miguel
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O Papa visitou esta terça-feira Amatrice, uma das localidades italianas mais devastadas pelo terramoto que abalou o centro de Itália em Agosto e fez perto de 300 mortos. A visita não constava da agenda oficial de Francisco.
Francisco chegou cedo, acompanhado pelo bispo da zona. Começou pela escola, reconstruída provisoriamente para o início das aulas, e ouviu os relatos que algumas crianças lhe fizeram.
Deteve-se sozinho diante dos destroços, a rezar em silêncio. Depois, acompanhado pelos bombeiros e agentes da protecção civil, entrou na chamada “zona vermelha”, assim designada pelos riscos de desabamento que ainda persistem.
Segundo adiantam alguns jornais italianos, o Papa declarou à população de Amatrice que o rodeava: “Não quis estorvar, por isso, deixei passar algum tempo. Estou aqui simplesmente para dizer que estou próximo e que rezo por vós. Proximidade e oração é o que eu vos ofereço”.
Usando um pequeno microfone portátil, Francisco acrescentou: “Temos de ir em frente, apesar de tanta gente querida nos ter deixado. Temos de avançar juntos, porque sozinhos é difícil. Ajudem-se uns aos outros. Caminha-se muito melhor juntos, sozinhos não."
Francisco esteve com pessoas que ainda são obrigadas a viver em tendas, dado a maioria dos edifícios em Amatrice terem ficado destruídos ou se encontrarem em estado impróprio para se habitar.
O Papa deslocou-se ainda à casa de saúde San Raffaele Borbona, na província de Rieti, onde cumprimentou cada um dos utentes, na sua maioria idosos, que perderam as suas casas no sismo. Foi uma visita sem pressas, que incluiu almoço.
Depois de estar duas horas com os idosos, o Papa cumpriu um nova etapa em Cittàreale junto do comado central dos bombeiros, que deu apoio às zonas atingidas pelo abalo.
A seguir foi até Accumoli, outras das cidades atingidas, onde saudou várias pessoas, incluindo o presidente da Câmara. Na praça de S. Francisco rezou diante da Igreja com o mesmo nome, também destruída pelo terramoto.
Em seguida passou por Pescara del Tronto e Arquata del Tronto.
A visita ocorre no dia litúrgico de São Francisco de Assis, santo em que o Papa se inspirou para escolher o seu nome de Pontificado.
No domingo, ao sair do avião vindo do Azerbaijão, Francisco falou desta visita, que disse querer que fosse “privada”, feita por “um padre, um bispo e um Papa, mas sozinho”. Não adiantou em que dia iria acontecer. Disse apenas: “Quero estar perto do povo”.
Foi a 24 de Agosto que um forte sismo abalou o centro de Itália, destruindo várias cidades e aldeias das regiões de Lazio e Marche. O Governo estima que a reconstrução custe, pelo menos, quatro mil milhões de euros.