01 out, 2016 - 09:49 • Aura Miguel enviada à Geórgia
Um Igreja simples como as crianças que leva o amor e a consolação a todos – é esta a Igreja que o Papa Francisco quer e que voltou a pedir na Geórgia, onde está de visita pastoral. “Receber e levar a consolação de Deus: esta missão da Igreja é urgente”, afirmou o Papa na homilia da missa que celebrou na manhã deste sábado, no estado Meskhi, em Tbilissi.
Pegando no facto de a igreja Católica celebrar neste dia 1 de Outubro a memória de Santa Teresa do Menino Jesus, uma das santas que Francisco mais gosta e cita, o Papa começou por saudar o valor das mulheres georgianas como um dos tesouros do país e valorizou o papel das avós e mães que souberam guardar a fé e transmiti-la às novas gerações e veio agora a Tbilisi indicar novos caminhos.
E, daí, o Papa, partiu para a necessidade de consolação de que falava a primeira leitura lida na missa, uma leitura do Livro de Isaías, em que Deus promete consolar o seu povo como uma mãe consola o seu filho.
“A consolação, de que temos necessidade no meio dos eventos tumultuosos da vida, é precisamente a presença de Deus no coração. Porque a sua presença em nós é a fonte da verdadeira consolação, que perdura, liberta do mal, traz a paz e faz crescer a alegria. Por isso, se quisermos viver como consolados, é preciso dar lugar ao Senhor na vida”, afirmou o Papa, apontando “portas da consolação” que é preciso manter sempre abertas: o Evangelho lido cada dia, a oração silenciosa e de adoração, a confissão, a eucaristia.
“ Na Igreja, encontra-se consolação; a Igreja é a casa da consolação: aqui, Deus deseja consolar. Podemos interrogar-nos: Eu, que estou na Igreja, sou portador da consolação de Deus? Sei acolher o outro como um hóspede e consolar a quem vejo cansado e decepcionado?”, perguntou o Papa, desafiando os cristãos a vencer o desânimo.
“Mesmo quando sofre aflições e isolamento, o cristão é sempre chamado a infundir esperança em quem se deu por vencido, reanimar quem está desanimado, levar a luz de Jesus, o calor da sua presença, a renovação do seu perdão. Há tantos que sofrem, experimentam provações e injustiças, vivem na inquietação. Há necessidade da unção do coração, desta consolação do Senhor que não tira os problemas, mas dá a força do amor, que sabe carregar o sofrimento em paz. Receber e levar a consolação de Deus: esta missão da Igreja é urgente”, afirmou Francisco.
Os católicos na Geórgia são um pequeno rebanho, com um percurso de sofrimento, perseguições e dificuldades que, no entanto, não devem paralisar a vida da fé. O Papa não quer cristãos tristes nem uma Igreja fossilizada em microclimas fechados, nem pastores mundanos preocupados em fazer boa figura
“Felizes os pastores que não cavalgam a lógica do sucesso mundano, mas seguem a lei do amor: o acolhimento, a escuta, o serviço. Feliz a Igreja que não se abandona aos critérios da funcionalidade e da eficiência organizativa, nem se preocupa com fazer boa figura”, afirmou Francisco, apelando ao “pequeno e amado rebanho da Geórgia” que continue a dedicar-se à caridade e à formação.
A condição para uma Igreja atractiva, salientou o Papa, passa pelo amor e simplicidade de coração, como ensinou Santa Teresinha – “perita na ciência do Amor”, como lhe chamou o Papa - cuja festa hoje se assinala em toda a Igreja.
A Renascença com o Papa
Francisco na Geórgia e no Azerbaijão. Apoio: Santa Casa da Misericórdia de
Lisboa