01 out, 2016 - 01:06
O ministro-adjunto, Eduardo Cabrita, sublinha o papel da cultura para evitar o "drama" do reaparecimento de muros na Europa e promover a pluralidade e a tolerância.
"É um drama quando se vê reaparecerem muros na Europa, com esta ideia de Europa que recusa o braço àqueles que fogem da guerra e buscam paz, liberdade e segurança mínima", afirmou Eduardo Cabrita, sublinhando o papel da cultura para promover "novas formas de estar" em relação aos refugiados.
Em Óbidos, onde participou numa conversa sobre "Jornalismo, Utopia e Cultura, o ministro-adjunto lembrou que "Portugal é o país europeu que tem mais palavras originárias do árabe", considerando que a "dimensão multicultural" da língua contribui para a "forma diferente de estarmos no mundo e nos relacionarmos".
Para isso contribui "a dimensão cultural, utópica, de sonho" de um país em que "a cultura deve ser um ato de abertura à tolerância, de pluralidade, de compreensão do outro".
A cultura, deve ainda, segundo o ministro ser "uma afirmação das políticas locais", fomentando iniciativas como o Folio -- Festival Literário Internacional de Óbidos.
Demonstrando a satisfação de que "estas coisas possam acontecer e ser um sucesso fora de Lisboa e do Porto", Eduardo Cabrita desafiou os municípios a as regiões do país a fazerem-se "valer pela sua diferenciação".
Portugal, afirmou que "não ganha nada em tentar mimetizar o que fazem outros [países]", que por serem maiores e com mais recursos "provavelmente farão melhor", quando pode diferenciar-se "por aquilo que é único", como "a língua, a relação com o mar ou a dimensão universalista".