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ONU perde credibilidade se fizer "tábua rasa dos passos dados" na eleição do secretário-geral

28 set, 2016 - 13:18 • Henrique Cunha

"Estamos muito confiantes nos méritos da nossa candidatura e confiamos também muito no processo de decisão", diz Augusto Santos Silva, que, em entrevista à renascença, evita falar da candidatura de Kristalina Georgieva.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, adverte para o risco de “diminuição de credibilidade das Nações Unidas”, caso “se faça tábua rasa dos passos dados" no processo de candidatura a secretário-geral da Organização das nações Unidas (ONU).

Em entrevista à Renascença, o chefe da diplomacia portuguesa evita falar da candidatura agora anunciada da búlgara Kristalina Georgieva, reforçando os méritos da candidatura de António Guterres, que é "transparente e foi apresentada a tempo".´


Como encara o Governo o surgimento da candidatura da vice-presidente da Comissão Europeia Kristalina Georgieva?

Nós temos uma candidatura, a do engenheiro António Guterres, que apresentamos em tempo e de uma forma totalmente transparente. Demos o nosso contributo para que o Conselho de Segurança estivesse em condições de escolher o melhor para desempenhar o cargo de secretário-geral das Nações Unidas. O nosso candidato tem obtido os melhores resultados, quer nas audições e debates quer nas votações indicativas que já se realizaram, no número de cinco. Portanto, estamos muito confiantes nos méritos da nossa candidatura e confiamos também muito no processo de decisão.

A entrada desta nova candidata, com o apoio da chanceler Angela Merkel, poderá ser fatal para a candidatura de Guterres?

Nós respeitamos todos os candidatos e, portanto, fazemos o nosso trabalho, que é a campanha pelo nosso candidato. E confiamos que as Nações Unidas saberão concluir este processo de forma a não pô-lo em causa. Porque se agora se fizesse tábua rasa de todos os passos que foram dados e de todos os requisitos que foram impostos, era a credibilidade das Nações Unidas que ficaria diminuída.

Isto obrigará o Governo português a um esforço redobrado no apoio à candidatura de António Guterres?

Eu não falaria de redobrar esforços. Evidentemente que há uma campanha em curso. A nossa tem sido uma campanha muito sóbria, porque nós acreditamos que as qualidades e a experiência de António Guterres falam por si.

O Governo, na nota que emitiu, diz que a candidatura de António Guterres foi transparente e a tempo. Significa que esta candidatura búlgara não é uma coisa nem outra?

Significa que a nossa candidatura é transparente e foi apresentada a tempo. E que os 15 membros do Conselho de Segurança puderam-se exprimir por cinco vezes sucessivas, no sentido de o encorajar. Tudo isto é evidente, tudo isto fala por si, tudo isto é público e notório.

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  • antonio
    28 set, 2016 Portugal 23:02
    Escreveu um leitor "E que faz o nosso governo para mostrar a nossa indignação????? NADA!!!!!" Temos governo? Temos é um bando de oportunistas sedentos de poder.
  • CF
    28 set, 2016 Beja 21:11
    Claro que as nações unidas podem eleger quem quiserem e como quiserem. No passado tem sido sempre assim para os diferentes titulares de relevo. A partir de agora e no estado atual do mundo esperava-se uma novidade que não deveria ficar cativa da teoria do género. Parece que ainda não é desta vez. É pena. Que legitimidade, terão depois as nações unidas e em particular a união europeia para exigir dos governos que cumpram plenamente a democracia em vez de a confiscarem? A menos que seja mesmo essa a intenção, de justificar a atividade respetiva não com o pugnar por uma nova ordem mundial, mas com a rotineira gestão do caos.
  • josue
    28 set, 2016 Coimbra 20:38
    Desta forma não podemos estranhar as eleições de Países Africanos
  • Dias
    28 set, 2016 Lx 17:36
    Secretário Geral da ONU, (marioneta nas mãos das nações poderosas), sempre foi e será assim.
  • Madre Teresa
    28 set, 2016 évora 17:28
    A pergunta é: Tem a ONU credibilidade para perder? Quantas resoluções tem por cumprir? Só em relação a Israel devem ser mais de três..... depois a escolha será entre um católico, apostólico e romano e entre uma protestante com apoio hortodoxo russo :), para não trazer à baila a politica e os seus mistérios insondáveis. O compadre Guterres tem aí um bom lenço a que se assoar.
  • Otário cá da quinta
    28 set, 2016 Coimbra 17:04
    Está mais do que visto, que eleições não contam para nada, o que conta é o puder. Nunca tal coisa se viu ! Lá que se fazem geitinhos, isso é uma verdade, mas desta maneira é impressionante. Sendo assim, a DITADORA MERKEL que coloque lá quem ela quizer e QUE PORTUGAL E OUTROS PAÍSES ABANDONEM A ONU.
  • Fields
    28 set, 2016 Lx 16:29
    É um espétaculo digno de se ver! Nem sei como é que esta gaja têm lata de se apresentar como candidata, mas isso só prova que os politicos são pessoas em quem não se pode confiar, não é por acaso que nos indices de confiança ficam sempre nos últimos lugares da tabela. Palpita-me que esta vai ser uma eleição recheada de casos inéditos, o primeiro já foi o segundo vai ser quando eles pensarem que já elegeram georgieva e sai-lhes o tiro pela culatra.
  • António Costa
    28 set, 2016 Cacém 16:13
    ONU perde credibilidade? Em relação a quê? A ONU não consegue fazer nada, está atada de "pés e mãos" pelos grandes deste mundo. A única possibilidade do Eng. António Guterres é passar por não ser uma ameaça para ninguém......
  • MÁ MEMÓRIA
    28 set, 2016 LISBOA 15:18
    ANTÓNIO JOSÉ SEGURO, SALGADO ZENHA, ENTRE OUTROS, ETC. NÃO SOFRERAM GOLPE NENHUM???? SE CALHAR SOU EU A FAZER CONFUSÃO!!!!!
  • Alberto Sousa
    28 set, 2016 Portugal 15:01
    Não sou fã do Guterres e nem me importa que é o secretário-geral da ONU pois acaba por ser sempre um pau mandado, agora que é vergonhosa esta atitude Búlgara e Alemã é. Vai contra as próprias regras e contra todos os valores e princípios que devem reger a classe dirigente mundial. Enfim, é por estas e por outras que o mundo está como está....podre.

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