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Crise na Venezuela coloca em causa lar de idosos para portugueses

27 set, 2016 - 22:22

O lar é suportado por donativos de algumas empresas, mas a crise que o país atravessa está a colocar em perigo a residência que alberga mais de 60 idosos portugueses.

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A direcção do lar de idosos Padre Joaquim Ferreira, que acolhe 63 idosos portugueses na Venezuela, alerta para a crise no país que está a colocar em causa a manutenção da instituição.

“O lar sobrevive com a ajuda de um grupo de empresas que aportam mensalmente uma quantia (económica) para pagar os trabalhadores, manter a estrutura, para a alimentação e tratamentos”, disse à Agência Lusa o presidente, Oswaldo Freitas.

Segundo o dirigente, “devido à situação do país muitas empresas não estão a apoiar o suficiente e, com a inflação, que se prevê chegará a 600% este ano, faz-se muito difícil manter o lar, que neste momento está em défice”.

Em declarações à Lusa, aquele responsável explicou que o lar acaba de receber um apoio de 21.500 euros do Governo de Portugal, “uma ajuda muito aprazível de uma promessa feita pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, que esteve recentemente na Venezuela, e que cumpriu”.

“Esse apoio vai ser usado para medicamentos, para a manutenção, para a reparação de elevadores e estamos pensando contratar um médico permanente”, disse.

Oswaldo Freitas explicou que até agora o médico vai ao lar duas vezes por semana e que um grupo de enfermeiras e freiras cuidam diariamente dos “avozinhos”.

“Algumas das pessoas que estão no lar foram abandonadas pela família, não têm recursos e estavam em situação precária. A ideia e dar-lhes apoio, uma melhor qualidade de vida”, frisou.

Segundo Oswaldo Freitas, o lar tem instalações modernas, “é praticamente um hotel de cinco estrelas” e tem capacidade para albergar uma centena de residentes. Toda a parte operacional é feita no lar, por exemplo, a comida (refeições) e a lavandaria.

O lar foi inaugurado em 2005 e construído com base num projecto da Sociedade de Beneficência de Damas Portuguesas de Caracas. A sua construção contou com o apoio da comunidade lusa, da Academia do Bacalhau, da Região Autónoma da Madeira e do Governo de Portugal.

O seu nome evoca a memória de um antigo capelão luso, o padre Joaquim Ferreira, que insista que “todos querem as crianças, mas dos velhinhos poucos se lembram”.

Está situado 15 minutos a sudoeste de Caracas, numa zona montanhosa, tem mais de cinco mil metros de construção e 11 mil de áreas verdes, com temperaturas que oscilam entre os 17 e os 22 graus centígrados.

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