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Guterres não ser eleito será um retrocesso para a ONU, diz Adriano Moreira

26 set, 2016 - 23:33

Em causa está a possibilidade de a vice-presidente da Comissão Europeia, Kristalina Georgieva, poder concorrer a sucessor de Ban Ki-moon, com o apoio da Alemanha e de outros estados-membros, antes da decisão final da assembleia-geral.

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O docente universitário Adriano Moreira considerou esta segunda-feira António Guterres o candidato mais bem preparado para assumir a liderança das Nações Unidas, salientando que um novo nome constituirá um retrocesso no processo de transparência da organização.

“Esta eleição que está em curso corresponde a um pedido de transparência por parte da sociedade” civil, afirmou Adriano Moreira, considerando António Guterres o candidato melhor preparado para assumir o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Depois da “alta competência que tem demonstrado o candidato português”, que esta segunda-feira ficou à frente na quinta votação secreta entre os membros do Conselho de Segurança da ONU, se Guterres “não for eleito é porque morreu qualquer coisa de importante” no organismo.

A confirmarem-se “rumores” de que poderá ser eleito “alguém que não passou por todas as provas [a que já respondeu António Guterres] será um grande retrocesso no processo de transparência”, afirmou o histórico do CDS-PP.

Em causa está a possibilidade de a vice-presidente da Comissão Europeia, Kristalina Georgieva, poder concorrer a sucessor de Ban Ki-moon, com o apoio da Alemanha e de outros estados-membros, antes da decisão final da assembleia-geral.

Num debate em Óbidos, Adriano Moreira falou sobre a ONU, a Europa e Portugal, considerando que há razões para os portugueses estarem “inquietos”.

Se internamente “cada país deve estar preocupado com os seus governos”, no que respeita à Europa as preocupações passam, entre outras questões, pelas consequências que poderão trazer as eleições presidenciais nos Estados Unidos da América.

Recordando uma velha frase em que os americanos consideravam que “Deus foi generoso” com o país a colocar o oceano a separá-lo da Europa, e sem referir concretamente a possibilidade de Donald Trump ser eleito, Adriano Moreira disse temer “um desastre se a presidência dos Estados Unidos voltar a pensar que Deus foi generoso”, numa referência à política de isolacionismo do candidato republicano.

Assumindo-se “pessimista”, Adriano Moreira considerou ainda que o mundo vive hoje uma fase de “amargura madura”, em que é “imperioso o desarmamento” e o surgimento de novas “vozes encantatórias” com ideias fortes sobre os problemas do mundo.

Adriano Moreira participava na segunda edição do Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos, que este ano celebra os 500 anos da “Utopia” de Thomas More, o Ano Internacional do Entendimento Global, o centenário do nascimento de Vergílio Ferreira, os 500 anos da morte do pintor Hieronymus Bosch e os 400 da morte dos clássicos William Shakespeare e Miguel de Cervantes.

Comentários
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  • Justino Pereira
    30 set, 2016 Olhão 17:05
    Lendo os comentários anteriores apercebi-me que alguns dos comentadores não passam de arcaicos políticos fanáticos que ainda vivem agarrados ao passado, e isso é o que se passa também com alguns dos nossos ex-governantes e apoiantes do actual governo. Pois fiquem sabendo que quem errou no passado pode ter aprendido com os seus erros e hoje dizer algo de assertivo. Quem vive do passado não consegue ter um bom presente e muito menos preparar um bom futuro. Por isso, como alguém disse no passado: - Quem nunca errou que atire a primeira pedra... Pois se Guterres não for eleito é porque a ONU não passa de uma fantochada e nesse caso devemos referendar uma possível saída desse organismo.
  • luis miranda
    30 set, 2016 lisboa 13:26
    Até agpra todos os secretários geral da ONU têm sido umas marionetes nas mãos dos poderosos principamente dos eua... fazem o que lhes mandam fazer e dizer como o actual Ban KI-moon... tal e qual foi o Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia que agia conforme os ventos lhe batiam e sopravam
  • Adelono Correia
    29 set, 2016 Porto 21:22
    Um entendimento de grande nível, tal e qual como grande estadista e politico que é, Prof.ºAdriano Moreira, que conheceu em Malange- Angola em l961, aquando da sua visita como Ministro do Ultramar, aquela região. Quatro anos depois teve a felicidade de, em Trás-os-Montes- Grijó, M . Caveleiros, conhecer a terra onde tem as " suas raizes " por virtude do "nó " que deu com a mulher que o acompanha há 49 anos natural de uma freguesia vizinha.Comentários saudosistas não têm aqui qualquer cabimento, porquanto sabe que"ele " tambem " foi atacado" illo temporae" por aquela " coisa ", tendo-lhe sido arrancadas nos dedos algumas unhas. Fascista é que ele não era.
  • Miguel Botelho
    28 set, 2016 Lisboa 09:14
    Como ex-ministro do Ultramar, Adriano Moreira reabriu o campo de concentração do Tarrafal, um campo dado a sevícias, torturas e morte de muitos portugueses e africanos. Na verdade, não percebo como se pode ainda dar a palavra a pessoas que cometeram erros tão graves, como aquele que Adriano Moreira cometeu, como ministro do Ultramar.
  • MK
    27 set, 2016 Lisboa 05:06
    Dizia um inglês numa entrevista `à TV "É um socialista bu##o Português", não é que se não enganou,,,
  • MK
    27 set, 2016 Lisboa 04:55
    Portugal e a ONU têm que ter coragem e não serem cínicos o que vale a opinião dum velhadas fora do tempo, agora dou razão àqueles que mandam os cotas para asilos. Se é para dizerem bojardas mais vale segurarem neles. A família devia de o segurar. Faço ideia a vergonha deles...
  • antonio pais
    27 set, 2016 lisboa 00:42
    A ONU precisa de um Trump!
  • Amílcar Lemos
    27 set, 2016 Lisboa 00:38
    Grande senhor este. Um bem-haja pelo referencial que é. Concordo com tudo.

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