26 set, 2016 - 13:17 • Henrique Cunha
A Confederação das Associações de Pais (Confap) considera que a distribuição de forma isolada de contraceptivos nas escolas básicas e secundárias levará ao facilitismo e terá consequências imprevisíveis.
"O preservativo é sempre uma solução 'remediativa' que não é obviamente a solução. De forma isolada uma solução desse tipo, sem qualquer tipo de esclarecimento, sem informação leva a um facilitismo e pode levar a consequências imprevisíveis também”, diz à Renascença o presidente da Confap, Jorge Ascensão.
A Confap reage, deste modo, ao projecto de resolução apresentado pelo PS no parlamento, recomendando o cumprimento efectivo de um diploma de 2009, no qual a medida de distribuição de contraceptivos está prevista.
Em alternativa à proposta socialista, Jorge Ascenção aponta "educação para a sexualidade nas escolas", promovendo "o esclarecimento dos jovens dos perigos que a sexualidade pode envolver", de modo a que tenham "a clareza e o espírito crítico das responsabilidades que alguns actos implicam".
O PS quer que a distribuição gratuita de contraceptivos nas escolas básicas e secundárias, prevista na lei desde 2009, seja totalmente aplicada.
A deputada Inês Lamego, que entregou o projecto de resolução, argumenta, em declarações à Renascença, que "tem sido reportado pelos agentes escolares alguma falta de preparação, inclusivamente dos professores".
"A articulação com as unidades de saúde também não tem sido a mais eficaz e os veículos que existem para prestação deste tipo de apoio, que são os gabinetes de informação e apoio ao aluno não procedem à distribuição desses materiais", acrescenta a parlamentar do PS.