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Crédito à habitação. Governo prepara regime de protecção a devedores

23 set, 2016 - 14:02 • Cristina Branco

“As medidas estão em equação”, diz deputado do Bloco à Renascença e o objectivo é que a medida entre em vigor o mais rápido possível.

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O Governo está a estudar a criação de um novo regime extraordinário de protecção de devedores que se encontrem em situação económica debilitada e em risco de perder a casa por falta de pagamento.

A ideia é recuperar o regime criado em 2012 (e que expirou em 2015), mas ao qual, devido a requisitos muito apertados, poucas famílias tiveram acesso.

O assunto está a ser estudado pelo grupo de trabalho para as Políticas de Habitação, Crédito Imobiliário e Tributação do Património Imobiliário, que reúne no Parlamento representantes do Governo e deputados do PS e do Bloco de Esquerda, de acordo com a edição desta sexta-feira do “Jornal de Negócios”.

Em declarações à Renascença, o deputado do BE Pedro Soares afirma que “há algumas medidas que estão praticamente consensualizadas, nomeadamente em relação aos fiadores”.

“A possibilidade de o fiador assumir a posição do devedor, no caso de ter de pagar a hipoteca, é um avanço grande em relação ao que acontece actualmente, que é os fiadores terem de pagar a hipoteca e depois acabarem por não ter a propriedade do imóvel”, explica.

O deputado do Bloco não adianta mais pormenores sobre o regime em estudo, dizendo apenas que “as medidas estão em equação” e existe “uma clara determinação no sentido de encontrar mecanismos de protecção dos devedores”.

O deputado Pedro Soares, do BE, sublinha que a ideia é que este regime entre em vigor o mais rápido possível.

O crédito à habitação malparado está em máximos históricos – atingiu, em Junho, mais de 2600 milhões de euros, valor sem paralelo nos últimos anos, segundo dados do Banco de Portugal.

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  • Maria Sacramento
    24 set, 2016 Gondomar 11:55
    Acho bem que tomem esta medida.Sou um social democrata,mas diferente de costa. Este é um produto hibrido ou seja um social democrata esquerdista, mais alinhado com a teoria marxista.aliás ele antes de ser do PS passou pela malha comunista.Por isso, atendendo ao seu apego ao poder, sabia que era mais fácil chegar a um lugar de topo no PS, porque os comunistas nunca mais lá chegavam e é precisamente costa que leva o comunismo para a governação.Mas tirando esta observação estou com costa nesta medida porque a banca andou a brincar com aqueles que foram na sua conversa e agora não têm dó nem piedade para essa gente que muitas vezes empurrada pela própria banca foi comprar casa.E agora que a vida lhes pregou uma partida de os pôr sem trabalho e dinheiro para pagar a hipoteca das casas a banca. Saca-lhes a casa deixando esta gente à deriva e se não tiverem ninguém para lhes dar a mão, muitas vezes ou sempre a familia, iam viver para debaixo de uma ponte.Por isso parabéns a este governo por isso,porque a direita nunca se preocupou com isso.Agora só falta limpar do Banco de Portugal o costa que não viu nada sobre a saída de massa dos nomes que já conhecemos, e só tem olhos para este Povo que não paga porque os politicos e bancos os deixaram no desemprego. E porquê! Porque politicas governamentais de braço dado com a banca atiraram muitas empresas para a falência e depois vieram despedimentos em massa.Por isso a medida é justa, mas não deixa de haver conivência dos governos/banca.
  • M M
    23 set, 2016 C R 16:48
    Sejam rápidos, é uma medida social importantíssima...
  • Bruno Graça
    23 set, 2016 Porto 15:42
    "O crédito à habitação malparado está em máximos históricos – atingiu, em Junho, mais de 2600 milhões de euros, valor sem paralelo nos últimos anos, segundo dados do Banco de Portugal." Infelizmente ainda vai ficar pior. Basta fazer umas simples contas de cabeça e imaginar para que valores irá subir a prestação de quem adquira atualmente um imóvel, avaliado nos 150.000,00€ a 30 anos, com o valor das atuais taxas de juro e os spreads praticados atualmente. Mal as taxas comecem a voltar para os valores anteriores à crise, vai ser uma subida incrível no crédito malparado, a não ser que os banco, inversamente (isto num mundo utópico), baixem os valores dos spreads na mesma proporção.

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