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Bispo de Santarém

Falta esclarecer a opinião pública sobre os contratos de associação

13 set, 2016 - 06:32 • Ecclesia

D. Manuel Pelino sublinha empenho da Igreja Católica em “oferecer educação de qualidade” e lembra objectivo dos contratos: “oferecer uma educação” aos que não tinham possibilidade de ir à escola pública.

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O presidente da Comissão Episcopal Educação Cristã e Doutrina da Fé considera que “não houve esclarecimento” sobre a revisão dos contratos de associação, que, recorda, pretendiam “oferecer educação” onde não havia escola pública.

“Não havia qualquer interesse da Igreja, foi um serviço prestado à sociedade, com qualidade. Essas escolas hoje são desejadas pelos pais porque têm acompanhamento pessoal, as crianças, adolescentes, jovens estão em família, têm propostas”, afirmou D. Manuel Pelino à agência Ecclesia.

O bispo de Santarém considera que faltou explicar “ao público” o papel dos contratos de associação que, “no fundo”, tinham como objectivo “oferecer uma educação” àqueles que não tinham possibilidade de ir à escola pública.

Para o bispo de Santarém, o serviço prestado pelas escolas com contratos de associação “é um estímulo” para a oferta da escola pública “não ser apenas só de conhecimento” mas ter um ambiente comunitário.

“O que nós desejávamos é oferecer uma educação de qualidade que não fosse apenas de conhecimentos mas também um caminho com valores, objectivos e ambiente comunitário. É isso que deve estar presente na escola privada, na escola com contratos de associação e na escola pública”, explica.

Para a Igreja Católica, acrescenta D. Manuel Pelino, o objectivo é fazer da Educação Cristã “não apenas a transmissão de conhecimentos” mas a “oferta de referência para a vida”.

“É um estímulo a rever a nossa catequese, o paradigma da doutrina, o paradigma escolar está muito presente e gente tem de passar para outro, da imagem, do caminho, do dinamismo da vida cristã”, acrescentou o presidente da Comissão Episcopal Educação Cristã e Doutrina da Fé, da Igreja Católica.

O actual Governo decidiu-se pela não abertura de novas turmas de início de ciclo já neste ano lectivo em vários colégios com contratos de associação.

Em causa estão os contratos que o Estado celebra com escolas privadas para permitir a frequência dos colégios em condições de gratuitidade, como oferta educativa pública equiparada à das escolas estatais (contrato de associação), onde a rede pública é insuficiente.

Comentários
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  • josé
    15 set, 2016 Coimbra 23:31
    Por aquilo que tenho lido em diversos sectores tanto de esquerda como de direita, estou de acordo com FT. Pelo menos, na escola com contrato de associação que frequentam os meus netos estudam alunos de todas as classes sociais incluindo NEE,s. Penso que o mesmo acontece noutros. É preciso distinguir escolas com contratos de associação das escolas privadas onde os alunos já pagavam tudo e essas, de facto, podiam escolher os alunos, mas não recebiam dinheiro do Estado, como a Escola Alemã, onde estudam os filhos da Senhora Secretária de Estado - anda por aí uma grande confusão. Então e os pobres não podem escolher a escola para os seus filhos? Já que não podem pagar vão para a escola do Estado, mesmo que ela funcione mal, apesar de haver outra perto a funcionar bem com contrato de associação. Parece-me ser de ficar a escola boa, seja gerida pelo Estado ou por contrato de associação e fechar a escola má.
  • dr Xico
    13 set, 2016 Lisboa 11:58
    As escolas privadas não passam de crivos para diferenciar estratos sociais. Assim temos as publicas com o povo e as privadas com os meninos com fardinhas xadrez e sapatinho de verniz a chegarem nos BMWs à porta do "colégio" não se diz escola... E O POVO A PAGAR PARA OS LORDES / PARASITAS terem notas pagas e todos no quadro de honra.
  • Zé das Coves
    13 set, 2016 Alverca 10:01
    Esta é uma obrigação do Estado, não é da igreja. queremos sim uma educação de qualidade para todos , e não só para alguns! Escolas privadas, porque não ! paguem !!!
  • Roberto
    13 set, 2016 W.W.W. 09:37
    O que está aqui em causa é a aplicação dos dinheiros públicos. O país está em crise, e os contribuintes não têm de pagar a função da educação por duas vezes na mesma área geográfica. O dinheiro do Orçamento do Estado é para ser gasto apenas nas escolas públicas (porque estas pertencem ao Estado): em obras nas instalações escolares, na contratação de professores e de pessoal auxiliar, na aquisição de material escolar (cadeiras e mesas), etc. Agora, gastar dinheiro dos contribuintes para aumentar os lucros dos colégios privados, isso não faz sentido. Quem quer ir para um colégio privado, tendo na mesma área geográfica uma escola pública, que o PAGUE.
  • Carla
    13 set, 2016 Oeiras 09:33
    Quem quer os filhos no privado tem de pagar do próprio bolso! O meu filho andou sempre no privado até finalizar o 1.º ciclo, eu sempre paguei tudo pois o estado nunca me deu nada e não quero que o meu dinheiro seja para pagar o colégio privado dos filhos dos outros. A escola é longe!? Paguem o transporte! O meu filho frequenta agora o ensino público e o meu horário não me permite ir busca-lo pelo que eu pago carrinha diária e pago a um centro de estudos para o meu filho ficar até à hora de o ir buscar. A vida custa a todos e todos os pais fazem sacrifícios para os seus filhos poderem estudar. Está na hora de se acabar com as mordomias. Trabalhem que isso é que este país precisa, parasitas já cá há muitos!
  • André
    13 set, 2016 Lisboa 09:24
    Falta dizer que já são 7 colégios que encerraram as portas, deixando quase 1000 alunos sem escola, pois os colégios encerraram na 1 semana de Setembro, obrigando as escolas públicas a reformular horários, criarem novas turmas e já existir um partido político, que recebeu patrocínios a rondar os 5 milhões de euros, a proteger os colégios privados. Se é como anunciam, porque é que já foram 7 empresas privadas que "faziam um serviço educativo privado que alargavam ao sistema público" que fecharam as portas, deixando aqueles que dizem proteger, no meio da rua à espera que sejam atropelados? Se estavam tão preocupados com as crianças e "eram muito mais baratos que as escolas públicas" não era por perderem meia dúzia de turmas que perdiam dinheiro. Ou não seria assim como dizem? Pior é ver políticos a clamar por estes contratos, quando sabem que a nível de gestão de recursos, estes colégios privados pagos pelo estado, eram concorrência desleal, pois só lá entram os meninos que sejam de uma determinada classe social. No caso da igreja, o acesso é feito pela paróquia. Os amigos tem lá lugar, os outros que vão procurar escolas onde quiserem.
  • Frankie
    13 set, 2016 Viseu 09:19
    Não, caro bispo. A opinião pública está esclarecida. A opinião pública sabe que há escolas subsidiadas a peso de ouro, onde os alunos são sobreavaliados, onde não entram alunos NEEs, de etnias "difíceis". Onde a disciplina de EMR Católica é obrigatória quando o ensino se quer laico. etc etc. Sim, a opinião pública está elucidada.
  • FT
    13 set, 2016 Vila Nova de Gaia 09:12
    As escolas com contrato de associação recebem todo o tipo de alunos, pobres, ricos, deficientes etc.sem pagamento de qualquer valor pelos país A única diferença entre a escola publica é que trabalham melhor e os alunos ficam mais baratos ao Estado 25000€/turma/ano. A GERINGONÇA criou esta falácia para gastar os 200 milhões de euros nas escolas, que como se sabe vai para aos bolsos de muita gente, como aconteceu com a parque escolar.
  • Juan Panvini
    13 set, 2016 Mafra 09:10
    Sr Anselmo Santos, os privados pagam mal aos funcionários, o que querem é chorudos ordenados para os diretores (donos) bons carros e CHUPEREM o estado. Se a Igreja quer manter as escolas que o façam, já que se um pobre for lá para solicitar estudar sem pagar, duvido que consiga, conheço casos.
  • Ze Povinho
    13 set, 2016 Lisboa 09:10
    O paįs está em crise, por falta de dinheiro. Não faz sentido nenhum, o Estado andar a manter Parcerias, quando o próprio Estado tem oferta pública. É vergonhoso e no mínimo, o esprírito de parasita, andarem a exigir ao Estado que subsidie escolas privadas. O problema deste país ]e que há muitos Lobys instalados, muuito organismo privado a viver à custa do Estado. O Orçamento do Estado, é um verdadeiro pagador de parcerias público privadas, contratos de associação, etc, etc.

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