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Morreu o último bispo português de Macau

12 set, 2016 - 20:19

D. Arquimínio tinha 92 anos. As cerimónias fúnebres realizam-se esta terça-feira em São Mateus, ilha do Pico, de onde era natural.

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Morreu esta segunda-feira o último bispo português de Macau, D. Arquimínio Rodrigues da Costa, aos 92 anos.

D. Arquimínio residia nos Açores, na ilha do Pico, de onde era natural, e a notícia da sua morte foi avançada pelo site Igreja Açores.

Em declarações à Renascença, o actual bispo de Angra, D. João Lavrador, recorda a "enorme simplicidade" de D. Arquimínio, uma “figura invulgar” que serviu a Igreja até à morte.

“D. Arquimínio teve uma vida longa, foi Bispo em Macau. Tive aí um trabalho excelente, ainda hoje recordado por todas as pessoas que contaram com ele. Um grande homem, cheio de fé, com uma simplicidade enorme que foi notória até ao final da sua vida. Depois de regressado foi para a sua terra natal, São Mateus, na ilha do Pico. Tinha um grande amor à eucaristia. Era um homem muito resignado no sentido do sofrimento, que ele aceitava perfeitamente para se entregar em oblação a Deus, pelo bem da Igreja e pelo bem de todos.”

A morte de D. Arquimínio é “uma grande perda para a Igreja e para a sociedade”, sublinha o bispo de Angra, que recorda a atenção que dava a toda a gente.

D. João Lavrador revela que o último bispo português de Macau gostava muito de música e era "um grande organista". Nos últimos anos de vida, enquanto teve forças, era dessa forma que também participava na vida da Igreja.

O bispo emérito de Macau nasceu em 1924, em São Mateus, no Pico, mas foi cedo para Macau, onde completou os seus estudos e foi ordenado em Outubro de 1949, tendo sido nomeado bispo em 1976. Chefiou a Igreja macaense até à sua resignação, em 1988, altura em que foi substituído por Domingos Lam Ka Tseung.

D. Arquimínio foi, por isso, o último numa longa linha de bispos portugueses em Macau, sendo que o seu sucessor era etnicamente chinês e nascido em Hong Kong.

O bispo viveu, ainda estudante e jovem padre, tempos conturbados, incluindo a Revolução Cultural na vizinha China, altura em que se mudou para Hong Kong.

As cerimónias fúnebres de D. Arquimínio realizam-se terça-feira, às 18h00.

[notícia actualizada às 01h12]

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