09 set, 2016 - 01:42
O juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal Carlos Alexandre sente-se escutado “no dia-a-dia sob várias formas”.
Em entrevista à SIC, Carlos Alexandre diz que não tem condições de comprovar as escutas, mas refere que “por vezes há pessoas que não conseguem entrar em contacto comigo, o telefone vai para 'voice mail' quando estou em sítios onde há carga máxima e onde há comunicações por pessoas ao lado”.
O juiz, que entre outros casos, ordenou a prisão preventiva do ex-primeiro-ministro José Sócrates no âmbito da Operação Marquês, recorda que identificou “várias vezes o restolhar de papéis, água a marulhar – porque há pessoas que têm a possibilidade de ir para a praia nesta época do ano – e por vezes descuidam-se com os aparelhos que têm à sua disposição”.
Carlos Alexandre garante que isso não o incomoda. “Falo abertamente sobre o que tenho de falar, com as pessoas em causa e não tenho segredos”.
Ainda nesta entrevista à SIC, o magistrado falou sobre eventuais inimigos: “Não sei se tenho. Como dizia um general meu amigo, amigos são os que vão ao meu funeral. E mesmo assim se não estiver a chover. Devo ter muito poucos. Sou o saloio do Mação, com créditos hipotecários que tem de trabalhar para os pagar, que não tem dinheiros em nome de amigos, não tem contas bancárias em nome de amigos e até desse ponto de vista que não tem amigos."