06 set, 2016 - 17:11 • Henrique Cunha
Mais de metade dos directores dos agrupamentos de escolas (54,1%) que participaram num inquérito a 312 responsáveis escolares defende que o calendário educativo passe para apenas dois semestres. O Ministério da Educação não descarta a possibilidade de alterar o calendário educativo.
Contactado pela Renascença para comentar os resultados do inquérito, o Ministério da Educação não descartou a hipótese de substituir o actual esquema de três períodos escolar por um novo com apenas dois períodos.
O gabinete de Tiago Brandão Rodrigues diz “ter em boa conta as propostas dos parceiros”. Afirma também que “todas as decisões têm de ser avaliadas não como meras medidas administrativas mas num contexto de melhoria das condições de trabalho”.
A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) não se opõe a uma alteração do calendário escolar, mas diz que não basta dividir o ano lectivo em dois períodos.
“A questão dos dois semestres pode ser uma solução, sendo que não basta dividir em dois períodos iguais”, diz o presidente da Confap. Para Jorge Ascenção, é necessário “repensar todo o modelo de implementação de trabalho nas escolas e a consequente avaliação”.
Para o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, os três períodos são “desiguais na sua duração”: os dois primeiros são quase semelhantes e o terceiro é demasiado curto. O feriado da Páscoa, por ser móvel, é hoje o “grande constrangimento” a uma correcta distribuição dos períodos escolares, diz.
O inquérito “O que pensam os directores e os presidente de Conselhos Gerais sobre questões pertinentes das escolas portuguesas” foi realizado em Julho, através da internet, junto de um universo de 312 directores e presidentes de escolas.
A maioria dos directores de agrupamentos escolares (89,0%) e presidentes de Conselhos Gerais (86,3%) rejeita o actual processo de municipalização escolar, revela também o mesmo inquérito.