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Hospital no Porto tem 10 doentes contaminados com bactéria que já matou seis pessoas

06 set, 2016 - 08:17 • Henrique Cunha com Redacção

A bactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase é altamente resistente a antibióticos e propaga-se através de secreções e do contacto directo com doentes infectados.

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O Centro Hospitalar Conde Ferreira, no Porto, tem 10 doentes isolados com a bactéria multiresistente Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC). É a mesma bactéria que, há cerca de um ano, matou três pessoas no Hospital de Gaia e, mais recentemente, provocou outras três mortes no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

A notícia é avançada na edição desta terça-feira do "Jornal de Notícias". Em declarações à Renascença, a directora clínica do centro hospitalar, Rosa Gonçalves, esclarece que os doentes são portadores da bactérias, mas não estão infectados.

“Temos 10 doentes portadores de bactérias multi-resistentes, nem todos KPC positivos, que necessitam de medidas de controle de infecção e por isso estão isolados. São apenas portadores, não são doentes infectados”, explicou.

Os doentes internados na unidade hospitalar, que pertence à Santa Casa da Misericórdia do Porto, são provenientes de outros hospitais com os quais a Misericórdia mantém parcerias, mas não é possível determinar de onde vêm, explica Rosa Gonçalves.

“São doentes nossos residentes cá, são doentes provenientes de outras instituições, são doentes mais debilitados, em que foram feitos estudos analíticos que revelaram que tinham bactérias multi-resistentes e por isso estão a ser alvo de medidas de controle de infecção, tal como é preconizado pela Direcção-Geral de Saúde”, especifica.

Rosa Gonçalves refere ainda que os doentes vão permanecer em isolamento "até negativarem". "Já temos alguns resultados negativos dos rastreios que têm sido feitos e as medidas que temos de ter é o isolamento de contacto e irmos fazendo rastreios progressivamente até eles negativarem”, remata.

Autoridades de saúde acompanham situação

Contactada pela Renascença, a sub-directora geral da Saúde, Graça Freitas, garante que as autoridades estão a acompanhar a situação.

"Temos um programa especial que se destina a prevenir esse tipo de infecções e a diminuir a resistência das bactérias aos antibióticos. Esse programa, que tem uma coordenação nacional, segue atentamente com os hospitais a evolução desse tipo de bactérias e, obviamente, toma as medidas necessárias para minimizar essa questão", explica.

A bactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase é altamente resistente a antibióticos e propaga-se através de secreções e do contacto directo com doentes infectados. A prevalência da KPC tem vindo a aumentar na Europa, suscitando preocupação das autoridades de saúde.

[notícia actualizada às 12h47 com declarações da directora clínica do centro hospitalar]

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