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Golpe de calor mata militar em exercício no curso de Comandos

05 set, 2016 - 06:50

Um segundo militar também se sentiu indisposto e recebeu o mesmo diagnóstico.

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Um militar morreu no domingo à noite devido a um golpe de calor depois de um treino do curso de Comandos na região de Alcochete, informou esta segunda-feira o Exército. Um outro militar foi internado pela mesma razão, noutro local da região de Alcochete.

De acordo com as explicações prestadas à Renascença pelo porta-voz do Exército, o tenente-coronel Vicente Pereira, o caso deu-se durante um exercício de tiro.

“Durante uma instrução, neste caso em concreto numa instrução de tiro, um militar segundo furriel sentiu-se indisposto. Assistido pelo médico no local, foi-lhe diagnosticado um golpe de calor. Por orientação médica, o militar foi de imediato retirado da instrução e foi conduzido à enfermaria de campanha, ainda na área do exercício", explica.

"Ficou internado em observação e ao final do dia, depois do jantar, o estado clínico do militar piorou. Foi decisão do médico transferi-lo para um hospital. Infelizmente, antes disso, o nosso camarada teve uma paragem cardio-respiratória e acabou por falecer", acrescenta.

Segundo o Exército, houve ainda um outro militar que se sentiu indisposto na instrução técnica de combate (progressão no terreno), ao qual também foi diagnosticado com "golpe de calor" e retirado, numa primeira fase para a enfermaria de campanha, e mais tarde, cerca das 23h40 para o hospital do Barreiro.

O general chefe do Estado-Maior do Exército ordenou já um inquérito para apurar as causas em que o "trágico acontecimento ocorreu", pode ler-se na nota enviada pelos militares às redacções, que adianta também que a Polícia Judiciária militar já se encontra a tomar conta da ocorrência.

Treinos mantêm-se

O Exército informou, mais tarde, que os treinos vão continuar, embora adaptados ao tempo quente que está previsto para esta segunda-feira.

Numa resposta enviada à agência Lusa, as relações públicas do Exército avançaram que os incidentes ocorreram ambos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, embora em locais diferentes.

O incidente do militar que veio a morrer ocorreu pelas 15h40 e o do ferido cerca de uma hora mais tarde, explicou.

De acordo com a mesma fonte, os treinos de domingo "não foram suspensos, foram adaptados", o mesmo sucedendo para esta segunda-feira, com a previsão de realização de mais treinos, igualmente adaptados às condições atmosféricas.

O ministro da Defesa manifestou esta segunda-feira "profundo pesar" pela morte de um militar de um curso de Comandos. Azeredo Lopes já transmitiu à família do falecido a sua "solidariedade pessoal e do Governo neste momento de dor e sofrimento".

[notícia actualizada às 14h18]

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  • rosinda
    06 set, 2016 palmela 01:29
    quanto tempo tera ficado o furrielzito na enfermaria de campanha?
  • vasco de aguiar
    06 set, 2016 Venezuela 00:25
    En el ano 88 estuve na tropa en santa margarida na infantaria e tiniamos los comandos ao lado e nos trataban como una fuerza especial no qual tambiem houve eridos graves penso que no deveria passar visto que no era una tropa especial
  • Miguel Botelho
    05 set, 2016 Lisboa 23:35
    Qual a desculpa para mais esta morte? Excesso de generosidade à pátria? Matar um jovem, numa circunstância destas, é um crime desnecessário.
  • Susana Paulo
    05 set, 2016 Oleiros 18:49
    sinceramente deviam cuidar melhor destes nossos camaradas portugueses! E ter mais cuidado com os exercícios rigorosos! É pena que tenha de morrer uma pessoa, para poderem abrir os olhos e terem mais cuidado. Sim é preciso preparação para a guerra, mas eles são seres humanos e não animais. Se as temperaturas são altas há que tomar precauções! Não é preciso morrer ninguém. Que injustiça! Não concordo nada com estes exercícios que vão para além das capacidades HUMANAS! Um pouco de Humanidade se faz favor!
  • Luis
    05 set, 2016 Lisboa 17:58
    FRANCISCO AMORIM. Estive dois anos na guerra na Guiné. Sei o que é preparação militar, sei o que é guerra e sei o que é morrer e ficar ferido na guerra porque infelizmente assisti a isso. Até na guerra onde a possibilidade de se morrer ou de se ficar ferido é norme em todas as operações são tomados e avaliados todos os procedimentos para se evitar baixas. Com essa preocupação actuava toda a tropa. Nos comandos, nos páras e nos fuzos visto serem tropa especial e devido ao facto de na maioria das vezes que actuavam haver uma grande possibilidade de contaco com o inimigo esses procedimentos em função do nivel operacional que tinham eram cumpridos com o máximo de rigor. Não há razão nenhuma que justifique a morte do instruendo. Todo o País estava mais que avisado, há muito tempo, da onda de calor que se ia verificar. A protecção civil fez imensos avisos relativamente à forma como as pessoas se deveriam defender da vaga de calor. Os militares no exercito sendo miltares não deixam de ser pessoas. Alguém deve ser responsabilizado pelo que aconteceu. Compreendo o seu comentario pois o mesmo resulta do espirito de corpo que se obtem nas forças especiais mas não concordo com ele.
  • Francisco Amorim
    05 set, 2016 ESTORIL 15:12
    Fiz o 88º Curso de Comandos, fiz a minha prova de choque a 36 graus, eu e todos os nossos camaradas lamentamos esta morte, mas, mais do que nós os seus instrutores e comandantes. Nota-se nos comentários um completo desconhecimento do espírito Comando, da camaradagem, da amizade, mas, sobretudo da dedicação dos nossos instrutores para que estejamos bem preparados para uma situação de guerra. A população civil está muito segura de que não haverá guerras e despreza quem para ela se prepara, esquecendo-se de que estamos na NATO e nesse âmbito vamos para combate sim senhor, para a maioria das pessoas o que se passa lá longe não é connosco e nunca cá chegará mas infelizmente não é assim. Neste Curso está o meu afilhado, o que me honra a mim e ao seu pai, meu amigo e compadre, estamos consternados com esta morte mas com total confiança em todos os instrutores e na necessidade deste tipo de instrução. Relembro aqui também que na guerra ultramarina tivemos cerca de 8 500 mortes, as tropas Comando estiveram sempre nos teatros de guerra mais perigosos e tivemos cerca de 280 mortes, assim é, esta instrução poupou e poupa muitas vidas de soldados Portugueses. Não vou responder aos comentários que aqui vi porque não foi este tipo de comportamento que lá aprendi a ter, aviso no entanto, que pensem antes de escrever e caso não tenham conhecimento da história recente abstenham-se de comentar aquilo que não sabem. Um abraço muito especial aos instrutores e à família neste momento tão triste.
  • Toninho Marreco
    05 set, 2016 Provincia - Braga 14:06
    Pois se não sabiam ficam a saber . No tempo do Sr. Dr. Oliveira Salazar com treinos muito rigorosos não havia mortes . Havia na tropa , fosse nos comandos fosse no que fosse , Homens com H grande . Tenho dito ...
  • rosinda
    05 set, 2016 palmela 12:46
    Os medicos tambem deviam prestar atencao aos militares mas desde pequena que escuto" medicos da tropa sao autenticos cavalos".
  • rosinda
    05 set, 2016 palmela 12:01
    Nao e a primeira vez que isto acontce nao se justifica perder a vida desta forma! Basta a guerra para ceifar vidas,
  • blá bla
    05 set, 2016 Lisboa 11:42
    é o que faz o pessoal ver filmes do rambo a mais e depois acham que são heróis. Só vai pros comandos quem anda comido da pinha... a mim também me queriam lá mas mandei-os pastar. Fiz 6 meses de exercito (obrigatorio) e até hoje considero uma perda de tempo...

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