30 ago, 2016 - 19:51
Fernando Guedes deve ser lembrado como um grande editor. Era o decano dos editores portugueses.
Ao longo da sua vida, Fernando Guedes não só se envolveu muito directamente na promoção do livro e da leitura, mas teve um grande critério sobretudo em relação à pedagogia, à educação e à formação, o que é de uma importância enorme.
Era um poeta, um ensaísta. Participou na revista Távola Redonda, ao lado de Ruy Cinatti, António Manuel Couto Viana e David Mourão Ferreira.
É a partir dos anos 50, ao fundar a Editorial Verbo, que se afirma plenamente como um inovador.
Exemplos: a grande enciclopédia Verbo, que teve um papel extremamente importante; as obras de culinária de Maria de Lourdes Modesto, que se revelaram enormes sucessos editoriais e deram à gastronomia e à culinária uma importância cultural significativa; a banda desenhada; a literatura infanto-juvenil; a colecção Livros RTP, notabilíssima, raríssima e disputada pelos coleccionadores de uma forma que demonstra bem a sua importância.
Foi um editor muito respeitado internacionalmente, alguém que teve as maiores responsabilidades nacionais e internacionais na representação dos editores.
Como ensaísta, deu-nos obras muito importantes sobre o futuro do livro e da leitura.
Não podemos, por isso, falar da cultura portuguesa do século XX sem falar do papel extraordinário desempenhado por Fernando Guedes.
A partir de uma conversa telefónica com a jornalista Maria João Costa