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1929-2016

Guilherme d’Oliveira Martins sobre Fernando Guedes: “Não podemos falar da cultura portuguesa do século XX sem falar dele”

30 ago, 2016 - 19:51

Pôs o país a ler a Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura e a conhecer as receitas de Maria de Lourdes Modesto. Fernando Guedes, poeta, ensaísta e fundador da Editorial Verbo, morreu no domingo, aos 87 anos. Guilherme d’Oliveira Martins, ex-presidente do Centro Nacional de Cultura, recorda-o aqui.

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Fernando Guedes deve ser lembrado como um grande editor. Era o decano dos editores portugueses.

Ao longo da sua vida, Fernando Guedes não só se envolveu muito directamente na promoção do livro e da leitura, mas teve um grande critério sobretudo em relação à pedagogia, à educação e à formação, o que é de uma importância enorme.

Era um poeta, um ensaísta. Participou na revista Távola Redonda, ao lado de Ruy Cinatti, António Manuel Couto Viana e David Mourão Ferreira.

É a partir dos anos 50, ao fundar a Editorial Verbo, que se afirma plenamente como um inovador.

Exemplos: a grande enciclopédia Verbo, que teve um papel extremamente importante; as obras de culinária de Maria de Lourdes Modesto, que se revelaram enormes sucessos editoriais e deram à gastronomia e à culinária uma importância cultural significativa; a banda desenhada; a literatura infanto-juvenil; a colecção Livros RTP, notabilíssima, raríssima e disputada pelos coleccionadores de uma forma que demonstra bem a sua importância.

Foi um editor muito respeitado internacionalmente, alguém que teve as maiores responsabilidades nacionais e internacionais na representação dos editores.

Como ensaísta, deu-nos obras muito importantes sobre o futuro do livro e da leitura.

Não podemos, por isso, falar da cultura portuguesa do século XX sem falar do papel extraordinário desempenhado por Fernando Guedes.

A partir de uma conversa telefónica com a jornalista Maria João Costa

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