Tempo
|
A+ / A-

Ministério Público investiga alegada fraude com vistos para entrar em Portugal

30 ago, 2016 - 10:17 • Henrique Cunha com Redacção

O esquema terá sido montado em Cabo Verde com o objectivo de fazer facilitar a entrada no espaço da União Europeia.

A+ / A-

O Ministério Público está a investigar um alegado esquema de emissão fraudulenta de vistos de entrada em Portugal que servirá de porta de entrada para outros países da União Europeia.

O inquérito, que envolve o Centro Comum de Vistos de Cabo Verde, não tem ainda arguidos constituídos e está em segredo de justiça.

A investigação foi conduzida em Cabo Verde por um juiz, um procurador da República e inspectores da Polícia Judiciária portuguesa, que interrogaram e efectuaram buscas domiciliárias a suspeitos residentes em Santa Catarina e na cidade da Praia – numa operação que contou com a colaboração da Judiciária de Cabo Verde.

A Procuradoria-Geral da República revela, em comunicado enviado à Renascença, que a diligência de busca e apreensão foi realizada no Centro Comum de Vistos, cuja responsabilidade de gestão cabe ao encarregado da secção consular da embaixada de Portugal.

A investigação centra-se em suspeitas da prática de crimes de corrupção passiva e auxílio à emigração ilegal, que servirão uma suposta rede de tráfico de pessoas para a União Europeia.

O gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas confirma à Renascença a investigação de um alegado esquema fraudulento de emissão de vistos de entrada em Portugal.

Numa breve nota, a tutela recusa divulgar pormenores sobre as averiguações em curso que se encontram em segredo de justiça.

O gabinete de José Luís Carneiro garante que “foi prestada toda a colaboração devida às autoridades competentes”, acrescentando que é "do interesse da Embaixada e do Centro Comum de Vistos que todos as suspeitas sejam esclarecidas e seja apurada a verdade dos factos”.

A nota esclarece que o Centro Comum de Vistos é responsável por “receber, analisar e emitir vistos de curta duração”, os denominados “vistos de turismo”, para o espaço Schengen.

O centro não tem qualquer tipo de permissão para aceitar pedidos de visto de longa duração – como, por exemplo, vistos de trabalho, vistos de reagrupamento familiar, vistos de tratamento médico prolongado.

[Notícia actualizada às 16h24 com informações adicionais prestadas pelo gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas]

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • João
    30 ago, 2016 Cabo Verde 15:28
    Esta venda de vistos não é de hoje... Mas falando de ''hoje'' porque é que o Cônsul de Portugal pôs a mulher a trabalhar no Centro Comum de Vistos?! Estranho, não é? Agora quer que perguntem à Embaixadora? Uma mulher que chegou à meia duzia de meses, se tanto? Porque não perguntam ao antigo Embaixador, o que estava cá antes e que agora é assessor do PM, Aproveitem e perguntem quem é a responsável pela cooperação portuguesa. O que fez na vida? Onde trabalhou para ter tal cargo? Tacho, é tacho. O dela, o da mulher do consul. É uma vergonha o que se passa nesta Embaixada. ''Diz-me com quem dormes, dir-te-ei o teu cargo'', venda de vistos e uma cambada de Dr's e Dra's de rodar bolsinha!
  • Ze Povinho
    30 ago, 2016 Lisboa 12:15
    Se tivessemos fronteiras a funcionar bem, nada disto aconteceria e até as nossas crianças, poderiam brincar em segurança nas ruas...como até há uns 40 anos atrás!

Destaques V+