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“Cartel de fogo” espanhol tinha um colaborador em Portugal

29 ago, 2016 - 18:36

Empresas combinavam preços para concorrer e influenciar o resultado dos procedimentos e contava com uma rede internacional para obter informação confidencial.

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Um grupo que está a ser investigado em Espanha por alegadamente fazer cartelização de preços e influenciar contratos de combate a fogos florestais tinha um elemento a trabalhar em Portugal.

Os detalhes da actividade deste grupo, que estendia os seus tentáculos a Espanha, França, Itália e Portugal, foram divulgados esta segunda-feira pelo jornal “El Mundo”.

O "cartel de fogo" combinava preços para concorrer e influenciar o resultado dos procedimentos e contava com uma rede internacional de colaboradores para obter informação confidencial acerca dos concursos. No centro do escândalo está a empresa Avialsa, depois de um seu ex-trabalhador ter denunciado o caso às autoridades em finais de 2014.

Só em Espanha, este esquema resultou em negócios de mais de 100 milhões de euros.

Em Portugal, durante anos, as empresas envolvidas concorreram em consórcios que acordavam o aluguer de aviões. Mais tarde, as receitas eram divididas.

O "coordenador de influência" português, como lhe chama o “El Mundo”, pago pela empresa-mãe, tinha uma rede de contactos com as instituições de Portugal para assegurar as adjudicações. Encarregava-se de manter reuniões com responsáveis para que as ofertas estivessem próximas dos preços de licitação.

O Estado português gastou 3,8 milhões de euros na adjudicação deste tipo de contratos, escreve o jornal espanhol.

Em Espanha, há oito comunidades autónomas implicadas. Além da Avialsa, pelo menos mais seis empresas estão envolvidas no escândalo.

Comentários
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  • Luis Vieira da Silva
    01 set, 2016 Lisboa 09:16
    Enquanto, em vez da previsão dos incêndios , os Estados disponibilizarem fortunas para o combate ăs chamas é óbvio que, não havendo fogos ninguém vai ganhar esse dinheiro!
  • Domingos Magro Morai
    31 ago, 2016 Porto 17:59
    O que acontece em Portugal com os fogos florestais é uma vergonha para todos os portugueses, exceto para aqueles que os provocam.
  • Fausto
    29 ago, 2016 lisboa 20:52
    Tantas vezes que foram avisados para este tipo de crime mas quiseram lá saber gastam o dinheiro do ZE o resto é treta haja vergonha.
  • Contrib.
    29 ago, 2016 Pt. 20:36
    Se estivéssemos a espera que um Português desse com a língua nos dentes....
  • Contrib.
    29 ago, 2016 Pt. 20:34
    Épa... Estou parvo com esta noticia.... Negócio com o fogo??? Como é que é possível....!!!??!!????!!????
  • Rodrigues
    29 ago, 2016 Portugal 20:08
    Note-se que um incêndio é, de facto, uma combustão e esta o resultado de combustível com comburente. Ora o comburente, o OXIGÉNIO, está à, disposição no ar o combustível está ou não conforme sejam ou não limpas as matas e florestas. Actue-se na prevenção punindo quem não limpa.
  • fr
    29 ago, 2016 Portugal 19:58
    tudo é um negócio. dinheiro meus amigos. e os espanhóis têm andado muito saídos da casca, já chega vazarem o leite português na fronteira, agora isto? Também não são poucos os que vejo atestarem o depósito e irem-se embora sem pagar.
  • Manel
    29 ago, 2016 Alverca 19:27
    Gostaria que me explicassem porque compramos 2 submarinos, em vez de comprar aviões para combate a incêndios. ?
  • Saul
    29 ago, 2016 Bemposta 19:12
    e a pergunta que se põe é : " e quantos fogos foram inciados por estes energumeros ? ". Pois, aposto que depois de assinarem o contrato de prestação de serviço, não ficariam satisfeitos se ficassem sem acção, pois o ano seguinte veriam um corte nas verbas

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