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Tribunal francês suspende a proibição do burkini

26 ago, 2016 - 14:12

Tribunal considera que a proibição do burkini é “claramente ilegal” e “viola gravemente as liberdades fundamentais".

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O Supremo Tribunal Administrativo em França suspendeu, provisoriamente, a proibição do uso do burkini na praia de Villeneuve-Loubet. A polémica medida, que vigora em mais de uma dezena de praias de todo o país, está a incendiar a sociedade francesa com os muçulmanos a reagirem indignados e a abrir divisões dentro do Governo francês.

Este tribunal pronunciou-se esta sexta-feira sobre um pedido da Liga de Direitos de Humanos para reverter a proibição em vigor naquela cidade situada na costa do Mediterrâneo.

A proibição do burkini em Villeneuve-Loubet é “claramente ilegal” e “viola gravemente as liberdades fundamentais de movimentos, de opinião e a liberdade individual”, argumenta o tribunal.

Segundo o sistema de justiça francês, uma decisão temporária pode ser implementada antes de o tribunal ter mais tempo para preparar a decisão sobre a legalidade do caso.

Em declarações à Renascença, o especialista em estudos árabes e islâmicos Dias Farinha afirma que "todas as decisões que vão no sentido de evitar antagonismos religiosos são positivas".

Na última terça-feira, as fotografias de uma mulher a ser obrigada a retirar o véu numa praia francesa pelas autoridades locais fez aumentar a polémica em relação à decisão de proibir o burkini em algumas localidades.

As imagens mostravam quatro agentes da polícia a abordar uma mulher muçulmana na praia da Promenade des Anglais, em Nice, onde, em Julho, ocorreu o atentado terrorista que matou 86 pessoas.

Depois de os agentes a avistarem na praia, a mulher foi obrigada a remover a túnica ao mesmo tempo que as autoridades tiravam algumas notas.

A mulher vestia umas “leggings”, uma túnica e um lenço na cabeça. Os polícias terão escrito que a indumentária não "respeita a moral e o secularismo".

Caça ao burkini. Polícia obriga muçulmanas a tirar roupa na praia
Caça ao burkini. Polícia obriga muçulmanas a tirar roupa na praia

Tensão política

Já na quinta-feira, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, defendeu a proibição do burkini nas praias de mais de uma dezena de cidades costeiras.

A França enfrenta uma “batalha de culturas” e o fato de banho que cobre todo o corpo simboliza a "escravidão da mulher", declarou Valls, em entrevista à BFM-TV.

“Temos de lutar com determinação contra o Islão radical, contra estes símbolos religiosos”, disse o primeiro-ministro um dia antes de um tribunal se pronunciar.

Também o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, na sua primeira acção para as eleições presidenciais do próximo ano, defendeu que o burkini tem que ser proibido em França.

“Não aceito que o burkini se imponha nas praias e piscinas de França. Tem que haver uma lei a banir o burkini em todo o território da república”, declarou o ex-Presidente aos seus apoiantes que encheram um pavilhão desportivo em Chateaurenard, na Provença.

Nicolas Sarkozy promete “ser o Presidente que vai restaurar a autoridade do Estado”.

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  • Diogo Pinto
    31 ago, 2016 Porto 11:58
    Se não se proibir o burkini ... não se proíbe também o cinto de explosivos !? Á França foi chacinada . Esperam o quê ? Esperam que á policia ofereça um ramo de rosas à senhora que está vestida , num dia de verão , quente , no sul de França ! Á permeabilidade cultural é importante , mas situações como á actual em França exigem o famoso filtro . Bom dia RR .
  • P/Otário da Quinta
    29 ago, 2016 rqtpta 11:28
    Oh otário da Quinta, que faças a comparação dos carros, aquando o António Costa foi presidente de Câmara de Lisboa, ainda se compreende, agora queres fazer esta comparação com os burkinis, ou apoiar muçulmanas destas que acham que andando tapadas elas é que são as puras, as ocidentais é que são as impuras, e ainda para quererem ver as curvas das muçulmanas???!!!.... Oh homem tu onde é que vives afinal, parece que o teu cérebro não evoluiu nada, nem no sec. XXI.... Isto é de uma estupidez de todo o tamanho....
  • Orabem!
    29 ago, 2016 dequalquerlado 11:19
    Oh Pedro de Lisboa, pelo menos o teu comentário faz todo o sentido, agora o comentário deste que compara um fato de mergulho a um burkini é de uma parvalheira que só dá mesmo para rir...
  • mergulhador
    29 ago, 2016 aparvoiceaodecima 11:11
    Isto vir para aqui comparar um fato de mergulho com um burkini, só falta comparar uma mosca com um elefante. Santa estupidez! Nem vontade me dá de dizer mais nada a este fulano, que com certeza tem o intestino grosso ligado ao cranio......Um fato de mergulho com o burkini???? AHAHAHAHA que mais vou ver nestes comentários?!!!....
  • Oh joão gil.....
    29 ago, 2016 rqtp 10:52
    Oh joão gil. Tu é que tens cabeça de idiota, vai com a tua mulher viver para países de muçulmanos, já que os apoias tanto. Até parece que não vives no sec.XXI, vives no sec XI. E para este que vem falar em respeito pela diversidade cultural. é preciso ser-se muito parvo... Quer dizer um país tem que acolher os outros de outros países e se submeter a culturas que nem respeitam as liberdades do ser humano nem dos países que os acolhem. Ou de pessoas que não respeitam no seus países a cultura dos outros, a religião, a forma de vestir e tantas outras coisas de que se sabe. E quando vejo parvos aqui a falar em respeito e culturas, perguntava-lhes o que é a democracia, a liberdade e os direitos humanos. Então quer dizer para este Bu---que lá por quererem e acharem que têm direito à sua cultura, também poderão praticar os crimes de honra. Oh meu Deus como é possível tanta estupidez?!
  • P/Alberto
    29 ago, 2016 rqtpta 10:32
    Oh Alberto de inteligencia reduzida. Nenhum país livre e acolhedor de tantas raças, está debaixo das imposições dos muçulmanos. O que se trata aqui é de uma medida que quer acabar com a escravidão das mulheres a certos usos impostos à mulher e que põe em causa as suas liberdades e até a censura das mulheres muçulmanas às mulheres ocidentais. Já pensaste que muitas destas que se tapam todas acham-se que elas é que são as puras e as ocidentais as impuras, porque andam com o corpo à mostra? Isto admite-se no sec. XXI, ainda por cima quando esta gente é acolhida nos países dos outros e ainda porcima quando se sabe que nos seus países eles não permitem nem o uso da mini saia?...Então onde está a identidade de um país livre ou a igualdade??? Só se for na tua cabeça! Oh homem vê lá se tens é mais um bocadinho de senso....Fraqueza de espírito que o tem és tu e um bocado de cegueira. Tenta falar com estas que andam todas tapadas e pergunta-lhes o porquê de elas andarem assim, seu idi---ta.....
  • João
    27 ago, 2016 Lisboa 12:23
    Ó senhor "bom-senso" que o perdeu todo e já não tem nenhum! Tutor de consciência é o senhor ao defender práticas religiosas, estranhas e ofensivas ao nosso modo de vida por que é factor de desestabilização social! O Canadá e a Escócia permitiram o uso do lenço nos uniformes das mulheres muçulmanas, nas suas forças, ou seja, o princípio militar ou para-militar da uniformização, perde-se em favor de uma religião, de mais nenhuma, apenas de uma, note-se! Não vejo as cores africanas, nas fardas de ninguém nem imposição destas em lado algum, nem sequer são de teor religioso, mas cultural e não são assim tantas. Gostava muito de a sua reacção e de de outros (in)tolerantes, se por ventura as agentes cristãs fizessem questão de usar um crucifixo visível na sua farda! Caía o Carmo a a Trindade "lembrar-se-iam" que estamos num Estado laico e que se fundamenta nos pressupostos da Revolução Francesa, blá blá! Hipócritas é o que eu vos chamo! Isto não é inocente, há 30 anos era raro ver em Londres uma fulana destas, hoje pensamos estar, não num país europeu, mas no Paquistão ou nas arábias! O proselitismo que esta gente pratica, por forma a torna-se cada vez mais visível é uma afronta, à NOSSA CULTURA, HISTÓRIA E TRADIÇÕES. Esta fulana estava deitada sem toalha nem outros objectos, como alguém notou noutro lado, para estar numa praia. Foi provocar, tanto assim foi que, parece uma cilada, pois houve de imediato repórteres e assim como dos "d. humanos" a aguardar a polícia! Sabem-na toda.
  • Ela
    27 ago, 2016 Lisboa 11:41
    Caro Miguel. Eu penso que poderá afastar a sua preocupação se uma muçulmana de burkini "estacionar" perto de si , numa praia :-). Explico porquê. O burkini é feito de tecido leve, de modo a, nomeadamente, permitir a secagem rápida, depois do banho. Seria terrível carregar sobre o corpo um "cobertor" molhado e tornado ainda mais pesado pela água. Pelo que dificilmente seria nele ocultável uma bomba. As nossas tradicionais mochilas, pelo contrário, já podem, nas actuais circunstâncias, tornar-se mais assustadoras. Lembre-se do atentado em Ansbach. Na raiz disto tudo também lavra um equívoco que deveria ser desfeito. Uma coisa é o Daesh, outra coisa é o Islão. O Daesh serve-se criminosamente do Islão para prosseguir a sua agenda terrorista. O Islão não é este fenómeno de intolerância e maldade. Pelo que afastar de nós os muçulmanos é um erro e uma injustiça. Os árabes fazem parte de nós. Eles pertencem a este "caldo" de culturas e civilizações que desaguaram e se combinaram na Península Ibérica e, nomeadamente, em Portugal. Boa praia :-).
  • Bom-senso!
    27 ago, 2016 Lisboa 11:21
    Elas não querem assumir-se nem melhores nem piores do que nós. Querem viver de acordo com os parâmetros da sua cultura. E têm o direito de o fazer. Assim como eu tenho o direito de não querer usar burka, e ninguém ma impõe. No restaurante onde frequentemente janto, vi uma vez uma mulher muçulmano de nikab (apenas a fenda para os olhos destapada), como o seu marido e filhos. Em que é que isso interfere comigo? Em nada! Eu convivo com os trajes das muçulmanas com a mesma tranquilidade com que convivo com os trajes coloridos das africanas, ou com os saris das indianas. Em Paz e Tranquilidade! Repito: se as mulheres muçulmanas quiserem optar por vestuário ocidental e afastar o uso de burkas, burkinis, nikabs, etc, esse é um combate que tem de ser travado POR ELAS. Não por "tutores de consciências" que se julgam no direito de apontar o caminho que, segundo eles mesmos, acham que é melhor. Mas quem somo nós para dizer o que é melhor?! Sabem o que vão provocar com isto? Preparem-se para começar a ver mulheres ocidentais, por reacção à humilhação que isto tem provocado às muçulmanas, começarem a usar pelo menos abayas. Eu já ando à procura delas. Só ainda não descobri, em Lisboa, onde as hei-de ir comprar. Não se humilham as muçulmanas como foi vergonhosamente feito àquela mulher em Nice, obrigando-a a despir-se. NÃO SE FAZ! E vamos, primeiro, "arrumar" a nossa própria casa. Há tanto comportamento nocivo (mais do que nocivo, criminoso) ainda a corrigir entre nós! Tanto!
  • Miguel
    27 ago, 2016 lisboa 02:25
    O meu sentimento é de pura indiferença. Quero lá saber dos usos e costumes deles ou de como é que vão vestidos para a praia. A unica coisa que posso fazer , se vierem alguns sentarem-se na praia ao meu lado, é pegar nas minhas coisas e afastar-me discretamente, mas não por estarem vestidos desta ou daquela maneira mas por ter receio de um ataque terrorista em plena praia como já aconteceu em certos países. Se calhar até é bom vestirem-se assim pois passam a ser mais facilmente detectáveis...👍

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