23 ago, 2016 - 23:55
Veja também:
Haider e Rhida Ali, os filhos do embaixador iraquiano em Portugal, admitem que “perderam completamente” o controlo e revelam a sua versão sobre o que desencadeou uma noite de violência em Ponte de Sor.
“Eu e o meu irmão agimos por nos termos sentido humilhados e insultados, por revolta. Perdemos completamente [o controlo]”, afirma Haider Ali em entrevista à SIC divulgada esta terça-feira, na íntegra.
Os irmãos gémeos, de 17 anos, contam que estavam num bar com amigos e que a confusão começou quando Haider mostrou uma tatuagem que tem na coxa aos amigos da escola onde estava a tirar o brevet de piloto.
“Acho que as pessoas que estavam na mesa atrás da nossa ficaram muito ofendidas e começaram a agir de forma muito agressiva. O Rúben estava na mesa com cinco amigos rapazes, adolescentes. Aproximaram-se de mim e, em português, disseram-me obscenidades. Um dos rapazes agarrou-me nas mãos e um dos meus colegas da G Air interveio e pôs-se no meio de nós para que a situação acalmasse”, relata Haider Ali.
Depois deste primeiro incidente, os filhos do embaixador contam que decidiram deixar o bar “Koppus”, mas o grupo de amigos de Rúben Cavaco foi atrás deles e cercou Ridha Ali.
Ridha conta que começou a ser “atacado por cinco ou seus rapazes”. Tentou resistir, mas estavam em desvantagem, até que os alegados agressores fugiram.
Alguns minutos depois, os dois irmãos regressaram ao local dos distúrbios e já lá estava a GNR. Foi então que deram a sua versão dos acontecimentos às autoridades, que lhes disseram para apresentarem queixa no dia seguinte.
Haider e Rhida alegam que regressaram ao local para recuperar alguns pertencentes que caíram durante o primeiro incidente e foi então que encontraram Rúben Cavaco.
Rhida Ali refere que Rúben Cavaco começou a falar para ele “num tom agressivo”. O jovem iraquiano perguntou de seguida: “Qual é o teu problema” e diz ter sido agredido na cara e no ombro pelo jovem de Ponte de Sor, que se encontrou internado no Hospital de Santa Maria, com ferimentos graves.
“Senti-me extremamente insultado, também por causa das agressões anteriores, e não podia tolerar mais. Então, corri atrás dele e comecei a agredi-lo”, admite Rhida.
Na entrevista à SIC, os irmãos lamentam todo o transtorno que este caso está a trazer ao pai e à imagem do Iraque.
“O meu pai está destroçado e a minha mãe está muito mal. O meu pai serve o seu país há 47 anos. Não representamos o nosso país nem o Governo iraquiano. Não representamos ninguém além de nós próprios. Sinceramente, e isto é directamente para o Rúben e para a família dele: as minhas mais sinceras e sentidas desculpas por este incidente”, sublinha Haider Ali.