23 ago, 2016 - 20:37 • Ana Carrilho
A greve dos trabalhadores da segurança privada pode causar atrasos nos aeroportos portugueses.
A paralisação às horas extraordinárias começa às 00h00 desta quarta-feira e estende-se até ao final do ano.
Os trabalhadores da Prosegur e Securitas, que garantem o controlo de passageiros e bagagens nos aeroportos nacionais, contestam o recurso sistemático ao trabalho suplementar em vez de contratarem mais pessoal.
Armando Costa, do Sindicato dos trabalhadores da Aviação e Transportes, explica que a greve às horas extra vai provocar atrasos no trabalho de controlo de passageiros e bagagens, o que depois “vai ter um efeito bola de neve que poderá atrasar os aviões”.
Em declarações à Renascença, o sindicalista diz que estes assistentes de portos e aeroportos têm um contrato colectivo que prevê a flexibilidade de horários e turnos de até 10 horas, mas em muitos casos “chegam a fazer 16 horas seguidas de trabalho”.
“Ao fim de cinco horas, eles deviam fazer uma pausa para tomada de refeição. Deviam fazer pausas ao fim de duas horas de trabalho consecutivo, porque devido às rotinas eles precisam de fazer um ‘reset’ para voltar a ter capacidade de concentração para exercerem as funções, mas eles chegam a estar seis a sete horas seguidas no mesmo posto, sem serem substituídos, sem poderem ir à casa de banho, sem poderem comer ou beber água”, denuncia Armando Costa.
A ANA, empresa que gere os aeroportos nacionais, garantiu à agência Lusa que está a tomar medidas adequadas para amenizar a situação e os seus eventuais efeitos no normal processamento de passageiros.