21 ago, 2016 - 12:09
Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, confessa em entrevista ao Público que não há dia em que não se arrependa de ter entrado para a actual solução parlamentar que sustenta o governo do PS.
“Todos os dias me arrependo [da criação da geringonça]”. Faz parte”, diz a coordenadora do BE em entrevista publicada no Público este fim-de-semana, quando confrontada com a questão das viagens de elementos do governo pagas pela Galp.
Numa longa entrevista àquele diário, a líder do Bloco analisa a posição do partido na coligação parlamentar com socialistas e comunistas.
“Há uma dificuldade acrescida. Diria que o BE consegue ter o pior de dois mundos, caricaturando: nem estamos confortavelmente na oposição, nem temos a relação de forças para fazer o que gostaríamos. Todos os dias são uma luta para ver o que é que é possível conseguir com a relação de forças que temos”, adianta Catarina Martins.
Mas a líder bloquista também defende que a actual situação é “muito melhor do que estar confortavelmente na oposição sem ser capaz de alterar.”
Martins explicou ainda melhor a ideia de como é difícil manter os equilíbrios da solução governativa. “Todos os dias sou confrontada com os limites da geringonça. Isso custa. O que não é mau, é o que temos de fazer. Há dois objectivos essenciais no acordo que o BE fez, mas fizemo-lo e lutámos por ele: travar o empobrecimento do país e afastar a direita do governo.”
A líder do Bloco reforça que “todos os dias” tem medo de não conseguir fazer resistir o acordo tripartido. “Todos os dias tenho de lutar para que seja possível. Não é mau”, remata.