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Incêndios em Portugal. Um verdadeiro recorde de destruição da floresta

19 ago, 2016 - 09:26 • Carla Fino

Área afectada este ano é cerca de três vezes superior à média entre 2006 e 2015. Muitos fogos têm origem criminosa.

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Arderam mais de 103 mil hectares desde o início do ano, em Portugal, uma área equivalente a 103 mil campos de futebol. Os dados são do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e constam do relatório provisório sobre incêndios florestais.

Este ano até houve menos ocorrências do que em 2015, diz o documento, mas a área afectada é maior: cerca de três vezes superior à média registada entre 2006 e 2015.

Mesmo com 2.600 fogos, no ano passado a área ardida ficou abaixo dos 50 mil hectares. Este ano, a área florestal foi devastada por pouco mais de 1.500 incêndios e, só na primeira quinzena de Agosto, a área ardida estava contabilizada em mais de 93 mil hectares, quase 93% da área total ardida em Portugal Continental até essa data. Um verdadeiro recorde de destruição da floresta.

O distrito de Aveiro é o mais afectado, com 41 mil hectares destruídos. Só no concelho de Arouca estão mais de 60% da área afectada pelas chamas: mais de 25 mil hectares num único fogo – aquele que começou na freguesia de Janarde e alastrou ao concelho vizinho de São Pedro do Sul, já no distrito de Viseu.

O concelho de Viana perdeu 30% da sua floresta.

A falta de meios para combater tantos incêndios tem, como todos os anos, sido discutida e a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, anunciou a criação de um grupo de trabalho para fazer a reforma da floresta e “tratar, de uma vez por todas, da prevenção estrutural” dos incêndios.

A verdade é que muitos incêndios tiveram mão criminosa. Até esta sexta-feira, a Polícia Judiciária identificou e deteve 40 pessoas pela autoria do crime de incêndio florestal. O perfil do incendiário já foi definido.

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  • Horst Siegfried Orte
    26 jun, 2017 Pedrogão Pequeno 12:24
    quem provoca incendios florestais,não só deveria ser penalizado de uma forma severa e exemplar pois se são piromaniacos e como tal,nas epocas em que o calor aperta,os piromaniaco deveriam, passar umas férias nas cadeias.Se uma junta médica declarar que os individuos estão curados então toca a libertar esses canalhas-
  • Justo
    26 set, 2016 Leiria 12:43
    Concordo plenamente: os culpados são os autarcas, não se querem dar mal com ninguém e não actuam, sendo as pessoas que deviam governar a freguesia! A GNR que não aplica as coimas como de lei e a protecção civil que nem sei se existe, não se faz notar em nada! E neste governo foi um descalabro, todos querem comer á conta dos fogos: bombeiros, empresas de aviões, madeireiros, etc!
  • Luis
    20 ago, 2016 Lisboa 13:04
    Os principais responsáveis pelos fogos são os senhores autarcas. Ninguém conhece melhor as àreas com potencial risco de incendio que eles. Eles e os bombeiros. Acontece que o mais importante para os senhores autarcas são os votos nas elições. Obrigar os municipes a limpar as matas, de acordo com a aquilo que a lei determina, gera conflitos e obtem-se menos votos. Os comandantes dos bombeiros por sua vez como estão muito dependentes dos subsidios das autarquias fazem vista grossa pois não estão dispostos a incompatabilizarem-se com os senhores presidentes das Câmaras. E assim por razões de compadrio, de interesses pessoais, de negligência e de incompetência se vai vendo em cada anos que passa o País a arder. Todos os anos as mesmas tragedias, todos os anos as mesmas desculpas, todos os anos as mesmas desresponsabilizações, todos os anos as mesmas promessas e todos os anos a mesma vergonha Nacional. E eles todos cada vez melhor na vida, mais ricos, mais inuteis e mais obesos.
  • jose cardoso
    19 ago, 2016 Lousada 14:44
    "Este país é uma risota" disse o Zé Brasileiro. e está tudo dito. só não é para rir porque é demasiado trágico
  • Álvaro de Jesus
    19 ago, 2016 Porto 14:40
    Há pouco dei o mote para a resolução desta crise. Falei no analfabetismo espiritual referido pelo Papa Francisco e falei nas 15 doenças por ele também reconhecidas, no Natal de 2014, à sua Cúria. Então, cure-se essa Cúria e comece-se a Evangelizar o Povo segundo a Verdade do Cristo, isto é, vire-se do avesso (180 Graus) a Igreja Católica, deixe de se refugiar na dogmática, abra-se à Verdade e teremos este flagelo quase resolvido. Continuando a ter uma Cúria doente, sem perceber que o analfabetismo espiritual foi essa Cúria que o criou, tudo continuará a ser filho da ignorância e, a Mudança, fará desaparecer tudo o que seja inútil, que, por ser inútil, não poderá ascender à 5D.
  • Zé Brasileiro
    19 ago, 2016 Braga 13:01
    Bem, uma coisa é certa . Para o ano o que ardeu este ano não vai arder. No tempo do Sr.Dr. Oliveira Salazar isto não acontecia .Este país é uma risota ...
  • A. Aveiro
    19 ago, 2016 Aveiro 12:32
    O combate a incêndios será sempre cada vez mais difícil, enquanto não houver uma politica de florestação. Porque não fazer inquérito rigoroso sobre as ares ardidas e tipo de floresta existente. A dificuldade do combate se deve ao combustível do incêndio, fazemos um exercício muito fácil. Queimar a mesma quantidade de rama de eucalipto e a mesma da carvalho, aqui se vê a velocidade de queima uma da outra e o calor expelido, por cada uma. Também se pode fazer uma comparação e análise das ares ardidas, ver que tipo de floresta existia naqueles locais à 10/20 anos atrás comparada com a atual. A legislação que temos é boa no tocante a prevenção a incêndios, em especial o D.L. 124/2006 de 28/Jun, com a nova redação do D.L 17/2009 de 14Jan. O artº 15º se fosse aplicado pela autoridade competente para fiscalizar a sua aplicação e seu cumprimento, os bens das pessoas estavam salvaguardados. Todos temos a consciência e conhecimento do perigo do eucalipto, no caso de incêndio e nos danos que causa nos solos, por isso, deve haver uma consciência coletiva na sua exploração e criar legislação adequada sobre o seu plantio. O eucalipto é necessário, mas não pode suplementar as restantes espécies. Determinar zonas e quantidade de terremos a ocupar por cada espécie, será uma medida importante, pois isto vai criar zonas tampão e amortização dos incêndios. Quanto aos incendiários, a legislação devia ser atualizada, especialmente para aqueles que em consciência e objetivamente incendeiam
  • José Portugal
    19 ago, 2016 NORTE 12:23
    Já se escreve muito sobre o flagelo dos incêndios, só uma ínfima parte é que não são provocados por mão criminosa! Não é de animo leve, nem sem conhecimento de causa que afirmo que só uma ínfima parte é que não são provocados por mão criminosa. Para além de pedir à Policia Judiciária que encontre as fontes mais profundas destes crimes, peço também aos nossos governantes que ajustem a legislação a este flagelo, punir com penas de prisão de 25 anos sem possibilidade de redução de pena, e a prisão não ser um hotel, ser sim o dormitório dos criminosos entre cada dia de trabalho nas florestas ou nas casas destruídas, a fim de recuperar pate do que destruíram. Volto a frisar que os criminosos não são só os pirómanos, são todos os que a jusante contribuíram para cada um destes crimes, e a pena deve ser igual para todos. Se assim o nosso país proceder, garanto que este flagelo vai acabar. Não posso deixar de registar aqui também que não se deve dar publicidade e relevo a estes crimes. Basta ler o título desta notícia para repudiar vivamente estas atitudes... isto é aumentar o ego destes criminosos, e isso eu não posso deixar passar em claro... Todos temos que contribuir com a nossa humilde condição para acabar com este flagelo! TODOS
  • Sousa
    19 ago, 2016 Braga 11:39
    Para este record, temos que agradecer a uma (in) justiça que não "trata" convenientemente os criminosos incendiários, e também ao nosso valente povo, que em pleno mês de Agosto deita foguetes para o ar em qualquer festarola da parvónia e não só, com a complacência das autoridades e dos governos, aqueles pela sua passividade e estes porque não criam legislação eficaz e dura que de uma vez por todas irradique essa praga que teima em não largar este País cada vez mais pequeno e menos verde.
  • CAMINHANTE
    19 ago, 2016 LISBOA 11:33
    Somos um País pequeno e de recursos limitados. Como se pode permitir, ao longo de anos e de múltiplos Governos, que esta situação se mantivesse praticamente inalterada ? Eu não entendo. Devo ser muito limitado de compreensão. Ou então nunca ninguém me explicou...

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