09 ago, 2016 - 09:21
Cinquenta republicanos que exerceram funções importantes na segurança nacional norte-americana consideram que se o candidato do partido, Donald Trump, for eleito, será "o Presidente mais perigoso da história" do país.
Numa carta aberta divulgada esta terça-feira, nomes como Michael Hayden, antigo director da CIA, e John Negroponte, antigo director da agência de segurança nacional e número dois do Departamento de Estado, durante o mandato de George W. Bush, denunciam a ignorância e incompetência do empresário candidato à Casa Branca.
Todos os signatários trabalharam na Casa Branca, no Departamento de Estado ou no Departamento da Defesa, para os Presidentes republicanos, de Richard Nixon a George W. Bush.
Sem apelarem ao voto na candidata democrata, Hillary Clinton, são claros a afirmar, na carta publicada pelo jornal “The New York Times”, que nenhum deles vai votar em Donald Trump.
"O Sr. Trump não tem a personalidade, os valores ou a experiência para ser Presidente", escrevem os 50 republicanos, sublinhando que a sua eleição iria enfraquecer a autoridade moral dos Estados Unidos no mundo.
Declaram ainda que o multimilionário não é qualificado para o cargo, por falta de competências e devido à instabilidade do seu carácter, e lamentam que Trump queira ignorar aspectos elementares da Constituição e do Direito norte-americanos.
Não só Donald Trump é "ignorante" no domínio das relações internacionais, como "não manifestou nenhum desejo de se informar", afirmam, adiantando que o empresário não demonstra disciplina, autocontrolo e é "incapaz de tolerar críticas pessoais".
"Tem alarmado os nossos aliados mais próximos por causa de seu comportamento errático", alertam, "características perigosas num indivíduo que quer ser Presidente, com a responsabilidade do arsenal nuclear dos EUA".
Trump contra-ataca
Em comunicado, o candidato do Partido Republicano considera que não há "nada melhor do que a elite de Washington que falhou a tentar manter os seus poderes".
Donald Trump acusa os signatários da carta de serem "os autores das decisões desastrosas de invadir o Iraque, de permitirem a morte dos norte-americanos em Bengazi e de serem os que permitiram a ascensão do [grupo terrorista] Estado Islâmico".
"Eu proponho uma melhor visão para o nosso país e a nossa política estrangeira, uma visão que não é a de uma família governante na política", declara.
Entre os signatários da carta estão Eric Edelman, antigo conselheiro da segurança nacional do vice-presidente Dick Cheney, Robert Zoellick, antigo diplomata e presidente do Banco Mundial, além de Michael Hayden, antigo director da CIA, e John Negroponte, antigo director da agência de segurança nacional e número dois do Departamento de Estado durante o mandato de George W. Bush.