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Indefinição política instalada em Espanha e Merkel recebe sinais preocupantes

08 ago, 2016 - 14:00 • Hugo Monteiro

Os índices de popularidade da chanceler alemã estão em queda.

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Olhar Europa (08/08/2016)

Ainda o impasse político em Espanha. Mariano Rajoy e Albert Rivera voltam a reunir-se na próxima quarta-feira. Depois do encontro da semana passada, o chefe do governo em funções e o líder do Cidadãos, os dois vão voltar a sentar-se, à mesma mesa. Mas os dois têm expectativas diferentes para este encontro. De acordo com o jornal El País, o líder do PP quer que esta seja o primeiro passo para garantir que o Cidadãos mude o seu voto: da abstenção para o sim a um governo do PP e à sua investidura.

Já Albert Rivera irá questionar Rajoy sobre os pressupostos que poderão permitir um acordo entre os dois partidos. O Cidadãos insiste na necessidade de também o PSOE chegar a acordo com o PP. Rivera quer que Pedro Sanchez viabilize o Governo de Rajoy, ao abster-se na investidura.

Ora, no PSOE, as divisões são cada vez mais evidentes. Ontem, responsável dos socialistas espanhóis para a área da Economia afirmou que o partido pode vir a reconsiderar o seu “não” à investidura do líder do PP e actual chefe de governo em funções. Manuel de La Rocha deixou, no entanto, um aviso: a posição do PSOE só se altera, se as circunstâncias mudarem.

Por seu lado, a ala dura do partido defende, de forma cada vez mais firme, o não ao governo Rajoy. Dizem estes dirigentes do PSOE que a abstenção significará oferecer a liderança da oposição a Pablo Iglesias do Podemos.

A situação política está, também, mais incerta na Alemanha. Nas próximas semanas, Angela Merkel deverá procurar recuperar o apoio dos eleitores, com vista às eleições do Outono do próximo ano. A última sondagem, divulgada pela televisão pública ARD mostra que o apoio dos eleitores à Chanceler desceu 12 pontos percentuais, para 47% em Julho. Cinco incidentes violentos em apenas duas semanas, dois deles reivindicados pelo autodenominado Estado Islâmico, estão a abalar a confiança em Merkel, defensora da política de apoio e acolhimento dos refugiados.

Na Turquia, o Presidente Erdogan voltou, este fim-de-semana, a falar da possibilidade de voltar a ser instaurada a pena de morte. Perante de centenas de milhares de apoiantes, convocados pelo governo para se manifestarem "pela democracia" após a tentativa de golpe de Estado, o chefe de Estado turco disse que a pena de morte pode voltar se o povo assim quiser.

Ancara aboliu a pena capital em 2004, por causa da candidatura da Turquia à União Europeia. Agora, se regressar, vem complicar esse processo, até porque as negociações com Bruxelas serão interrompidas.

Entretanto, a União Europeia e a UNICEF alargaram uma parceria regional que visa proteger as crianças da violência e incluir melhor as crianças com deficiência na sociedade.

Desde 2011, a UE e a UNICEF têm vindo a colaborar com os países actualmente em vias de adesão à UE, como a Albânia, a Bósnia e Herzegovina ou a Sérvia. Esta parceria alarga-se, agora, por forma a incluir o Kosovo, Montenegro e a antiga República jugoslava da Macedónia.

Em termos económicos, as atenções voltam-se para sexta-feira, dia em que deverá ser confirmada a subida de 0,3% do PIB da Zona Euro no segundo trimestre. O que traduz uma ligeira desaceleração da actividade produtiva face ao período anterior.

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