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Quetzal vai editar nova tradução da Bíblia Grega

27 jul, 2016 - 17:13 • Eunice Lourenço

Frederico Lourenço, o tradutor, e Francisco José Viegas, o editor, apresentaram o projecto que tem uma intenção histórica e linguística.

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Tem sido uma “viagem espiritual” – foi assim que Frederico Lourenço falou da sua experiência de traduzir a Bíblia Grega ou “Bíblia dos Setenta”. O romancista e poeta, professor universitário especialista na cultura helenística, sente que nunca na sua vida fez “uma coisa tão importante” como esta nova versão da Bíblia que a Quetzal vai editar e que chega às livrarias a 23 de Setembro.

Na apresentação, esta quarta-feira, em Lisboa, o editor Francisco José Viegas começou por lembrar o inventor da impressão e dizer que este era “um dia muito especial na vida da Quetzal” porque “o sonho de qualquer editor é reproduzir o gesto de Gutenberg”. Para Viegas, a leitura da Bíblia é “uma aventura maravilhosa” porque são “os textos fundamentais da nossa cultura.

O também escritor e antigo secretário de Estado da Cultura mostrou-se manifestamente tocado pela leitura dos quatro Evangelhos daquela que considera que vai ser “a mais completa das Bíblias” em português. Esta tradução promovida pela Quetzal tem mais sete livros do que o cânone católico e mais 14 do que o cânone protestante.

Ou seja, tem os 27 livros do Novo Testamento que todas as Bíblias cristãs têm, mas acrescenta livros no antigo Testamento: mais dois livros dos Macabeus, os Salmos de Salomão, Odes, Livro de Susana, Bel e o Dragão e Epístola de Jeremias. No total são 80 livros que serão editados em seis volumes: dois com o Novo Testamento (o primeiro, a 23 de Setembro, só com os Evangelhos) e quatro com o Antigo.

É uma tradução com intuito linguístico e histórico, explicou Frederico Lourenço, acrescentando que as notas explicativas também têm esse sentido e não o sentido teológico que geralmente têm. O tradutor quis fazer “uma versão da Bíblia que seja legível para crentes e não crentes” e esse trabalho exigiu-lhe uma “concentração total e entrega total”, mas que o fez conhecer melhor o judaísmo, aprofundar conhecimentos de hebraico e fazer uma “aventura interior permanente apesar de não ter voltado a ser católico praticante”.

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