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Líder turco não quer ser extraditado

26 jul, 2016 - 20:49

Fethullah Gülen nega qualquer interferência no golpe de estado falhado na Turquia, como é acusado por Erdogan, e quer continuar nos Estados Unidos.

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O turco Fethullah Gülen pede às autoridades norte-americanas para "resistirem" à "tentação de dar [ao Presidente turco Recep Tayyip Erdogan] tudo o que ele quer", incluindo extraditá-lo para o país de origem.

Num editorial publicado na página digital do diário New York Times, Gülen, exilado nos Estados Unidos desde 1999, volta a recusar as alegações de Erdogan, que o acusa directamente de envolvimento na fracassada tentativa de golpe de Estado de 15 de Julho na Turquia, e recorda que sempre se opôs à violência.

O ex-imã, 75 anos, manifesta ainda inquietação pela estratégia do Presidente turco, que "submete os Estados Unidos a uma chantagem ao ameaçar reduzir o seu apoio à coligação contra o grupo ['jihadista'] Estado Islâmico".

"O seu objectivo: obter a minha extradição, apesar da ausência de prova credível e sem qualquer perspectiva de um processo justo", escreve o clérigo.

"A tentação de dar a Erdogan tudo o que ele pretende é compreensível", explica. "Mas os Estados Unidos devem resistir", reforça.

Fethullah Gülen denuncia a "evolução do Governo Erdogan para uma ditadura" e inquieta-se dos seus efeitos na sociedade turca.

Para preservar a paz e democracia no Médio Oriente, "os Estados Unidos não devem ceder a um autocrata que está na iminência de beneficiar de uma tentativa de golpe para realizar o seu próprio golpe de Estado ao 'ralenti'", exorta o opositor turco.

A Turquia deverá solicitar formalmente em breve a Washington o pedido de extradição.

No domingo, o ministro da Justiça turco, Bekir Bozdag, questionou directamente os Estados Unidos em relação a este caso. "A América sabe que Fethullah Gülen está por detrás deste golpe", declarou.

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