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BE diz que veto de Marcelo cria instabilidade política

26 jul, 2016 - 07:41

O Presidente da República considera que o decreto impedia a participação de privados nas empresas do Estado - a STCP e a Metro do Porto.

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O BE manifestou perplexidade pelo veto do Presidente da República às alterações dos estatutos da STCP e Metro do Porto, já que esta rejeição ameaça um dos pilares da maioria parlamentar de esquerda e, consequentemente, a sua estabilidade.

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa vetou, na segunda-feira, o diploma do parlamento que altera os estatutos da Sociedade de Transportes Públicos do Porto (STCP) e da Metro do Porto por "vedar, taxativamente, qualquer participação de entidades privadas".

Em declarações à agência Lusa, o deputado do BE Heitor de Sousa manifestou "surpresa" e "perplexidade", uma vez que este veto surge dois dias depois de Marcelo ter recusado "qualquer factor de instabilidade que ameace a governação e o desenvolvimento das políticas que foram decididas pelo Governo".

"Sabendo-se dessas declarações do senhor Presidente da República, dois dias depois introduz um factor de instabilidade, ou pelo menos de ameaça da estabilidade da maioria política que sustenta o Governo, fico um bocadinho perplexo e surpreendido com este tipo de decisão", justificou.

Segundo o deputado do BE, "o senhor Presidente da República sabe, que um dos pilares que sustenta esta maioria política na Assembleia da República teve exactamente a ver com os acordos que foram feitos entre o PS e o BE - e também as outras forças políticas - em que um dos pontos desse acordo dizia respeito precisamente à necessidade de reverter os processos de privatização dos transportes urbanos de Lisboa e do Porto".

Para Heitor de Sousa, este veto tem ainda "uma agravante": "o senhor Presidente da República evoca como argumento desse veto o facto da decisão tomada pela maioria política no parlamento era uma decisão politicamente excessiva e contraditória".

Qual o caminho?

Questionado sobre aquilo que o parlamento deve fazer depois deste veto - reconfirma-lo ou altera-lo - o deputado do BE considera que neste caso não se justifica "qualquer alteração ao diploma vetado".

Esta foi a segunda vez que Marcelo Rebelo de Sousa exerceu o poder de veto desde que tomou posse como Presidente da República, devolvendo ao parlamento o diploma aprovado a 9 de Junho, relativo à alteração aos Estatutos da STCP e da Metro do Porto, considerando, segundo a página da Presidência da República, que é "politicamente excessivo e contraditório com os objectivos assumidos no quadro da governação em funções".

A 9 de Junho, o parlamento aprovou em votação final global a revogação dos decretos-lei do anterior executivo para a subconcessão dos transportes públicos de Lisboa e do Porto, com os votos contra do PSD e do CDS-PP.

Comentários
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  • Francisco Melo
    27 jul, 2016 Carcavelos 08:56
    Um concessão é a empresa estatal mais saudável que existe, porque só tem sentido conceder tal autorização a investidores de empresas não estatais. Não é jamais um privatização e tem a enorme vantagem do Estado não precisar de entrar com o dinheiro. Se os investidorea não estatais não fornecerem o bem público adequadamente, pode o Estado retirar a licença. É ignorância ou cinismo, um caso ou outro, dizer que a concessão é uma privatização só porque os investidores não são de empresas estatais, mas, como deve ser mesmo, de empresas não estatais. E tudo é público. Não precisa de ser empresa do Estado para se dizer que é público: O público não é propriedade do Estado, mas da Nação, uma Nação que também acolhe investimento internacional.
  • rosinda
    27 jul, 2016 palmela 00:18
    As meninas do bloco de esquerda devem pensar que os filhos dos pobres passam o dia a ver futebol !
  • António
    26 jul, 2016 Barcelos 15:30
    Depois de ler estes comentários reparei que os do sempre nestas lides não comentaram . Devem estar nas sedes de alguns partidos para receberem a gorja. O problema é que a esquerda está a mandar os pagamentos de tudo e mais para as calendas, portanto e no seguimento dessa politica vamos ter este espaço pouco usado por esses senhores.
  • VICTOR MARQUES
    26 jul, 2016 Matosinhos 12:19
    Será isto o principio do fim desta trágica/comédia?
  • Alberto
    26 jul, 2016 Funchal 11:34
    Como o Marcelo teve MUITOS MAIS VOTOS que o BE, então a solução de estabilidade será um Governo da área de Marcelo! A catarina, sem se aperceber(não tem neurónios para tal), deu a solução.
  • Eborense
    26 jul, 2016 Évora 11:07
    Joaquim! O Sr. pede bom senso ao BE? Não acha que é pedir demasiado?
  • Idalina
    26 jul, 2016 Lisboa 10:57
    Largar o TACHO?????????? O Povo que se lixe.....Querem o poder a todo custo....COMUNISMO OU BLOCO DE ESQUERDA É TUDO DO MESMO e o Tônho não se fica atrás....é raça do mesmo saco...O POVO SUSTENTA TUDO.....ELES COMEM TUDO, ELES COMEM TUDO e não deixam nada.
  • Paulo Santos
    26 jul, 2016 Albufeira 10:50
    Então! A culpa é dos 10% dos portugueses que ainda acreditam que o pai natal existe...
  • O Tal
    26 jul, 2016 Por Aí 10:34
    O BE pensa que o PR é um "pau mandado", que tem de aceitar o que acordaram com o PS. Já a muito, que essas em presas deviam ter sido privatizadas, são autênticos sorvedouros de dinheiro.
  • Luis Santos
    26 jul, 2016 Almada 10:28
    Eu concordo plenamente com o PR. Acho que deve ser tudo privatizado. O governo não tem que ter nada em seu poder. Assim podem acabar com os funcionários públicos, e até os partidos podem acabar. ENTREGUEM O GOVERNO A PRIVADOS!

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