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​Estudo comprova: mais TPC não significa maior sucesso escolar

25 jul, 2016 - 07:30

Análise de resultados escolares revela ainda que Portugal está entre os países que mais consegue recuperar alunos provenientes de meios desfavorecidos.

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Mais trabalhos de casa não significam, necessariamente, maior sucesso escolar, de acordo com um estudo do projecto aQeduto, apoiado pelo Conselho Nacional de Educação, divulgado esta segunda-feira.

O estudo "E os alunos, que responsabilidade", o oitavo de uma série do projecto aQeduto, tendo por base dados do relatório PISA da OCDE, aponta Portugal como um dos países, entre os analisados, onde os alunos dedicam em média menos tempo aos trabalhos de casa: quatro horas semanais, situando-se acima das três horas semanais na Finlândia (com a média mais baixa) e abaixo das sete horas semanais da Polónia e da Irlanda (com a média mais alta).

“Países como a Finlândia ou mesmo a República Checa onde a quantidade de trabalhos de casa é relativamente baixa têm bons resultados no PISA ao passo que em países como a Espanha onde há bastantes trabalhos de casa os resultados no PISA são mais baixos. Portanto, não há aqui uma associação que se possa fazer ‘passar mais trabalhos de casa está associado a melhores resultados’ ou vice-versa”, diz Isabel Flores, investigadora do ISCTE.

Espanha é o país que mais tempo dedica aos trabalhos de casa, sete horas semanais. Em Portugal a média ronda as 4 horas, mas os bons alunos ultrapassam esta fasquia.

“Os melhores alunos são também os alunos que passam quatro horas e tal, cinco horas por semana a fazer trabalhos de casa. Uma maior dedicação está associada a melhores resultados”, garante a investigadora.

Isable Flores destaca ainda outro dado que se torna evidente neste estudo. Portugal é dos países que mais consegue recuperar alunos provenientes de meios desfavorecidos. “Isso é assinalável e reflecte com toda a segurança um trabalho a nível de escola”, afirma.

Notando que o estatuto socioeconómico e cultural dos alunos continua a ser determinante para os seus resultados em países como Portugal, Espanha, França ou Luxemburgo, e que em Portugal se encontra uma grande percentagem de alunos de baixo estatuto social, o estudo do projecto aQeduto aponta que há características como a perseverança e a autoconfiança que podem ter maiores impactos nos resultados, e que estão directamente relacionados com esse estatuto social.

Comentários
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  • Vasco
    25 jul, 2016 Santarém 23:00
    Tantos anos passados nas escolas penso haver tempo suficiente para que o ensino seja melhor aproveitado nas aulas e com qualidade superior e deixar os tempos livres quer para alunos e professores relaxarem não saturando demasiado quer uns quer outros, quanto a mim o resultado seria melhor, infelizmente o ensino parece uma bola de ping-pong sem rumo certo e ao gosto de ideologias politicas.
  • Manuel
    25 jul, 2016 Lisboa 14:09
    O ministério está a preparar o terreno para as passagens administrativas e assim se melhoram as estaísticas. É o fim da macacada. Vamos passar a ter doutores com orelhas de burro.

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