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JMJ. Jovens devem partir disponíveis para o encontro pessoal com Jesus Cristo

21 jul, 2016 - 12:46 • Olímpia Mairos

Mais de sete mil jovens portugueses estarão em Cracóvia, 34 deles nos actos centrais com o Papa Francisco. Entre os portugueses, haverá seis bispos, mais de 200 padres e mais de 30 voluntários.

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O director do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, padre Eduardo Novo, convida os jovens portugueses a partirem para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) como peregrinos, disponíveis para o encontro pessoal com Jesus Cristo.

Em entrevista à Renascença, Eduardo Novo diz que, desta forma, quem for a Cracóvia regressará como fermento capaz de transformar a sociedade.

A JMJ tem já inscritos mais de 335 mil peregrinos de 185 países e territórios e a delegação portuguesa, com cerca de 7 mil elementos, é a 9.ª mais numerosa entre os inscritos e o padre Eduardo Novo antevê uma participação "muito boa".

Nesta entrevista, o director nacional da pastoral Juvenil destaca a Lusofesta, uma festa portuguesa marcada para dia 27, em Cracóvia.


O que pode avançar, nesta altura, sobre a participação portuguesa na Jornada Mundial da Juventude, que começa no dia 26?

A participação portuguesa vai ser muito boa. Estamos em contagem decrescente, entusiasmadíssimos. Temos mais de sete mil jovens portugueses a participarem. Vamos ter 34 jovens portugueses nos actos centrais com o Papa Francisco.Temos seis bispos, mais de 200 padres e mais de 30 voluntários. Vai ser um tempo de manifestação desta alegria, em que estamos unidos na mesma fé, com os jovens de todo o mundo que vão ao encontro do Santo Padre.

Efectivamente, a participação portuguesa é um momento charneira daquilo que é um caminho contínuo nesta alegria contagiante, neste entusiasmo que todos têm, sentem e partilham e também que nos envolve. O envolvimento, quer com o Departamento da Pastoral Juvenil quer com outras instituições, faz com que esta jornada seja uma renovação neste caminho, com esta identidade como cristãos, de expressar a fé na vida, no mundo.

Os jovens são convidados a partir como peregrinos. Isto quer dizer que devem levar apenas o essencial?

Sim. Na mochila, vamos apenas colocar aquilo que é essencial, necessário. É um sinal sobre como se devem equipar e também um sinal de que interiormente a vida se faz dessa forma. E é nesta linguagem que ajudamos cada um a reflectir nas razões pelas quais existimos, nos movemos, pelas quais a nossa vida faz e tem sentido.

A hospitalidade que vamos viver na Polónia, quer fiquemos em casa de famílias, nas paróquias, nas escolas, etc, é em sentido de peregrinação. E este sentido de peregrinação é um sinal para a vida. A nossa vida é isto mesmo: não temos morada permanente. A nossa vida resume-se na busca do essencial. E o essencial é o que cada um vai buscando dentro de si na resposta a este projecto de felicidade.

Que consequências pode ter para a vida de um jovem participar num evento destes, à escala mundial, com o Papa Francisco?

Nesta participação, renova-se a esperança no mundo. Os jovens afirmam pública e expressamente que acreditam num mundo de paz, num mundo com justiça, num mundo de alegria, num mundo onde reine a verdade, num mundo onde cada um deles é construtor. E, se o afirmarmos todos juntos, em todas as línguas, faremos a experiência não da Torre de Babel, mas de Pentecostes. Todos a falar, cada um na sua língua, mas com o entendimento, com este objectivo que nos une, que nos fortalece, para que na realidade de cada um, nas suas dioceses, nas suas paróquias, famílias, escolas, trabalho, cada um possa ser este rosto, este sinal visível e eloquente da transformação do mundo, da sociedade e da Igreja. Isto ajuda a que cada jovem descubra a importância da sua vida, para que as decisões e as escolhas, consequência de um processo de educação, sejam efectivamente os valores da vida.

O encontro mundial de jovens regressa à Polónia, terra-natal do Papa São João Paulo II, que foi o fundador da JMJ e é seu patrono...

Ser em Cracóvia, a terra de S. João Paulo II, a terra de Santa Faustina Kowalska, a terra de S. Maximiliano Kolbe, é um sinal eloquente de que é importante termos uma identidade cristã e assumirmos um verdadeiro compromisso.

Qual vai ser o papel do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil na Polónia?

Todos nos esforçamos para que esta experiência seja inolvidável. O nosso papel e a nossa presença vai desde os aspectos logísticos à espiritualidade, à cultura, à acção, ao compromisso. É belo ver este empenho, também este esforço que se faz em todos os sentidos, em todas as esferas, e fazermos também, ao mesmo tempo, este convite para que cada jovem faça a experiência de acolhimento, de hospitalidade e da generosidade.

Queremos ajudar os jovens a serem ponte, uma comunidade ponte e que cada jovem se sinta mensageiro da paz, da alegria, da esperança. O próprio diálogo intercultural é um sinal de fraternidade. As jornadas são este sinal claro de que há fraternidade, há busca do bem e há também a ideia de nos sentirmos comunidade, um povo.

Está a ser preparada uma grande festa para os jovens portugueses…

Sim. É a nossa Lusofesta, para a qual convidamos todos os portugueses que estejam também a trabalhar na Polónia, para, desta forma, se sentirem unidos, ligados a nós. A Lusofesta vai ser no centro de congressos de Cracóvia, no dia 27 de Julho, a partir das 14h30. Levamos o nosso país até lá e na reflexão seremos convidados com este grande mote “Faz-te próximo”, com atitudes, acções concretas que demonstrem esta alegrai de viver, este dinamismo de que a nossa vida é bela.

Temos a presença da Cuca Roseta para deixar que a nossa voz perpasse qualquer fronteira geográfica e que a mensagem e o conteúdo dessa mesma voz nos ajude a concentrar e a encontrarmos futuro nos abraços do passado, vivendo o presente.

Que mensagem para os jovens peregrinos de Cracóvia e para os jovens que por algum motivo não podem participar na JMJ?

Estamos unidos. Aos que ficam, levámo-los no coração. Lá, junto do Santo Padre, nos momentos centrais nos manteremos na comunhão, na força da fé e nesta vontade de projectarmos a vida e o futuro.

Para os que partem, é o convite a deixarem surgir algo novo, maravilhoso na vida de cada um. E, se o amor é um som que reclama um eco, então, que cada jovem possa ser esse eco na humanidade, sinal da presença de Deus.

Para as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) 2016, que vão decorrer na cidade polaca de Cracóvia, estão inscritos mais de 335 mil peregrinos de 185 países e territórios.

A delegação portuguesa, com cerca de 7 mil elementos, é a 9ª mais numerosa entre os inscritos, que pela primeira vez na história das JMJ, iniciadas em 1987, incluem peregrinos do Kosovo, Bangladesh, Gibraltar, Mianmar ou Sudão do Sul.

As JMJ nasceram por iniciativa de João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

O próximo encontro mundial de jovens realiza-se entre 26 a 31 de Julho e tem como tema “Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia”.

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