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Bruxelas para Turquia: “Nenhum país se tornará estado-membro da UE se introduzir a pena de morte"

18 jul, 2016 - 15:43

O aviso de Federica Mogherini surgiu depois de o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ter colocado a hipótese de repor a pena de morte no país na sequência de uma tentativa de golpe de Estado.

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UE deixa aviso à Turquia
UE deixa aviso à Turquia

Nenhum país com pena de morte poderá ser membro da União Europeia, garantiu esta segunda-feira a chefe da diplomacia da União Europeia, na reacção à possibilidade da reintrodução da pena de morte na Turquia.

Federica Mogherini falou em Bruxelas numa conferência de imprensa durante o conselho europeu dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia. "Vou ser clara, nenhum país se tornará um estado-membro da UE se introduzir a pena de morte", afirmou a comissária, em resposta a uma questão, em conferência de imprensa, sobre eventuais impactos nas negociações de uma eventual reposição da pena de morte na Turquia.

O aviso de Mogherini surgiu depois de o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ter colocado a hipótese de repor a pena de morte no país, na sequência de uma tentativa de golpe de Estado e como forma de punir os envolvidos nos acontecimentos de sexta-feira.

Margarida Marques, que representa Portugal na reunião de chefes de diplomacia da UE, disse aos jornalistas que os 28 manifestaram preocupação com os últimos desenvolvimentos no país. "A questão da Turquia para nós é uma questão que interessa acompanhar muito de perto, sobretudo depois das declarações do presidente Erdogan. Manifestámos a nossa preocupação pela evolução dos direitos fundamentais, das liberdades fundamentais, do Estado de Direito na Turquia, e manifestámos preocupação pelo número elevadíssimo de pessoas detidas a seguir ao golpe", apontou a secretária de Estado.

Margarida Maques disse que os chefes de diplomacia sublinharam, por um lado, que, sendo a Turquia candidata à adesão à UE, "deve respeitar os critérios de Copenhaga", a nível de direitos, liberdades e estado de direito; e por outro lado, a "preocupação pela ideia que começa a surgir de reintroduzir a pena de morte" no país.

"O que nos preocupa fundamentalmente são as declarações políticas que temos ouvido relativas ao Estado de Direito e à possibilidade de reintrodução da pena de morte", muito longe daquilo que são os valores europeus, assinalou.

Mais de 7.500 pessoas foram detidas no âmbito do inquérito à tentativa de golpe de Estado na Turquia, afirmou o primeiro-ministro Binali Yildirim.

Entre os 7.543 suspeitos em detenção preventiva, contam-se 6.038 militares, 755 magistrados e 100 agentes da polícia, afirmou o chefe do Governo turco. O número total de mortos é de pelo menos 308, disse.

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  • Luis
    18 jul, 2016 Lisboa 18:53
    Foi tudo menos um golpe. Quanto muito foi uma "encenação de golpe" muito mal enjorcada na qual ninguém acredita.Já acusaram cinco Generais como sendo os principais responsáveis pela "palhaçada". Se estava preocupado com a Europa depois deste "golpe militar" fiquei ainda mais preocupado. Sempre li que a Turquia tinha um dos exercitos mais poderosos e bem equipados da Nato. Se o exercito Turco comandado por cinco Generais e centenas de oficiais superiores ao tentar fazer um "golpe militar" acaba por fazer a cagada que se viu, é então caso para dizer que um dos maiores exercitos da Nato é um exercito de merda. Para a próxima ( não vai demorar muito) se quiserem fazer um golpe serio e a serio venham fazer um estágio a Portugal com a velharia do 25 de Abril para aprenderem alguma coisa. Coitada da Turquia, coitada da Nato e coitada da Europa com exercitos destes. Mais valia terem exercitos com soldadinhos de chumbo.Os serviços secretos Americanos e Europeus devem saber muito bem como é que a caldeirada foi montada mas como receiam o Erdogan fazem de conta que não sabem nada.Devem pensar que somos todos parvos.
  • António Costa
    18 jul, 2016 Cacém 16:59
    Adolfo Hitler, na sequência do incêndio do Reichstag (parlamento alemão) em Fevereiro de 1933, também teve "mão pesada". No dia seguinte 4000 opositores politicos a Hitler eram presos. Faz lembrar alguma coisa?
  • Luis Gonçalves
    18 jul, 2016 O. Azeméis 16:25
    Ui!!!! E a Turquia preocupada com isso!!!...

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