14 jul, 2016 - 02:04
O cabeleireiro pessoal do Presidente francês, François Hollande, ganha um salário a rondar os 10 mil euros por mês, dinheiro que sai dos cofres públicos.
A publicação do contrato de Olivier B. causou indignação e acontece numa altura em que França vive uma onda de contestação social contra a reforma da lei laboral.
De acordo com o “Le Canard Enchaîné”, um semanário satírico que investiga escândalos políticos, o cabeleireiro tem cláusula de confidencialidade e sigilo, estando impedido de revelar pormenores sobre os bastidores do poder.
Está à disposição do chefe de Estado francês 24 horas por dia e costuma acompanhar Hollande durante as viagens ao estrangeiro.
Além dos quase 10 mil euros de salário que recebe por mês, tem um subsídio para habitação e outros benefícios para a família.
Trabalhava num cabeleireiro famoso e foi contratado quando o socialista François Hollande venceu as eleições presidenciais e chegou ao Palácio do Eliseu, em 2012.
Um porta-voz do Governo já admitiu que a situação possa “levantar questões” e julgamentos na praça pública, mas argumentou que Hollande cortou o orçamento do Eliseu entre 15% a 20%, em comparação com o seu antecessor, o conservador Nicolas Sarkozy.
Questionado pela imprensa, o gabinete do primeiro-ministro francês informa que Manuel Valls não tem um cabeleireiro particular e quando precisa de cortar o cabelo vai a uma barbearia e paga do seu bolso.
A polémica está a agitar as redes sociais e foi criada a “hashtag” #CoiffeurGate , onde os cibernautas têm dado asas à indignação e à imaginação através da publicação de fotomontagens.
Beaucoup sont étonnés des coûts liés au coiffeur d'#Hollande.
— GuillaumeTC (@GuillaumeTC) 12 de julho de 2016
En même temps, il a eu du boulot ! ;)#CroisonsLes pic.twitter.com/16EAKFrwoF
Presidente francês responde às críticas
O Presidente francês respondeu esta quinta-feira às críticas sobre o alto salário do seu cabeleireiro.
"Podem-me censurar no que quiserem, mas não nisto", disse François Hollande em entrevista à televisão francesa TF1, lembrando que reduziu o orçamento do Eliseu em 9 milhões de euros desde 2012, incluindo o seu salário.