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Mesquitas no Egipto passam a ter sermões escritos pelo Governo

13 jul, 2016 - 15:30

Medida promovida pelo Governo do general Sisi visa combater o extremismo islâmico.

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Os imãs das mesquitas em todo o Egipto vão passar a ler sermões escritos pelo Governo às sextas-feiras, o dia mais importante da semana para muçulmanos.

A medida foi anunciada na terça-feira e visa combater o extremismo religioso no país.

Os sermões serão escritos por clérigos da Universidade de Al-Azar, considerado o mais prestigiado centro de educação do mundo islâmico, e por funcionários do Governo, nomeadamente do Ministério dos Assuntos Religiosos.

Mas a medida não está a ser bem aceite por muitos imãs, que consideram que se trata de uma medida abusiva do Governo. “Cada cidade ou aldeia no Egipto é diferente. Uma aldeia pode ter um problema de assaltos e por isso o sermão deve ser sobre roubo. Outro lugar pode ter um problema de homicídios e aí isso é que devia ser discutido”, afirma Abdelsalam Mahmoud, imã de uma mesquita na cidade de Luxor, no sul do país.

O regime do general Sisi, que chegou ao poder depois de um golpe que derrubou o Governo da Irmandade Muçulmana, chefiado por Mohammed Morsi, tem feito do combate ao extremismo um dos seus principais objectivos.

A medida tomada agora pelo Governo espelha o que se passa na Turquia, onde o ministério também escreve os sermões e os distribui aos imãs das mesquitas para serem lidos à sexta-feira.

Comentários
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  • António Costa
    14 jul, 2016 Cacém 08:22
    Finalmente! Foi a medida que Mustafa Kemal Atatürk adotou na Turquia no final na I Grande Guerra, no Séc. XX. Ao retirar o poder aos imãs, Kemal Atatürk pode lançar uma série de reformas na Turquia, fazendo-a sair da Idade Média para o Séc. XX. Funcionários públicos, respondendo criminalmente perante o governo é o melhor que se pode fazer a estes indivíduos que só tem espalhado o ódio e a guerra. Evidentemente que é uma ditadura, mas é escolher entre as ordens do Governo e as ordens do terrorismo islâmico. Só os IRRESPONSÁVEIS dirigentes políticos ocidentais é que ainda não perceberam ou não querem perceber que o Islão é um sistema politico e não uma religião "protestante".

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