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Há centros de acolhimento que rejeitam crianças problemáticas

09 jul, 2016 - 14:17

Os dados oficiais dizem que a violência doméstica é o principal facto de risco para jovens em Portugal, mas calcula-se que haja sub-representação de abusos sexuais.

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Há centros de acolhimento que rejeitam crianças problemáticas

Há centros de acolhimento que tentam fazer selecção de crianças e jovens em risco para evitar as situações mais problemáticas.

A admissão é feita pela secretaria de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes, no debate do programa da Renascença, Em Nome da Lei.

“Existem por vezes algumas lacunas ao nível da gestão das vagas e algumas resistências por parte de quem acolhe em aceitar determinados tipos de perfis. Muitas vezes tenho uma casa de acolhimento que tem uma ou duas vagas, tem um grupo de crianças ou de jovens que já estabilizou e sabe que quem se está a colocar em um menino em processo de espera para uma medida tutelar e que por isso é uma criança complicada, e por isso diz-se que não.”

Esta realidade não disfarça o facto de haver poucas vagas, admite Ana Sofia Antunes.

“Não estou a dizer que as vagas são muitas, reconheço que não abundam, mas existem sempre algumas vagas para situações de emergência”.

Os dados oficiais colocam a violência doméstica como principal factor de risco para crianças e jovens em Portugal. A negligência vem em segundo ligar e, mais abaixo, em oitavo, o abuso sexual.

Mas Dulce Rocha, vice-presidente do Instituto de Apoio à Criança, não tem dúvidas de que muitos destes casos não aparecem nas estatísticas.

“Claro que sabemos que o número de abusos sexuais está sub-representado. É um crime muito difícil de diagnosticar, normalmente as crianças não denunciam, nós vemos na comunicação social, por vezes, depoimentos de pessoas de 50 e 60 anos a dizer que foram abusadas na infância e que nunca denunciaram, ou quando tentaram denunciar não lhes acreditaram. Por isso há aqui uma sub-representação, tenho consciência disso. É um fenómeno extenso, e sabemos que é extenso”.

A segurança dos jovens e o tratamento das situações de risco foi o tema do debate deste sábado no programa Em Nome da Lei, que passou em antena a seguir ao jornal do meio-dia, na Renascença.

Comentários
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  • fields
    10 jul, 2016 lx 10:45
    Assim como a ajuda humanitária é um negócio que movimenta muitos milhões, também toda a teia de interesses que gravita em torno da "criança", desde políticos a órgãos de comunicação social passando pelas associações que florescem a cada esquina, não o fazem apenas por altruísmo, acredito que lá pelo meio haverão alguns cuja preocupação é o bem estar da "criança", mas serão muitos mais os que estarão preocupados apenas com o seu próprio bem estar...
  • Pedro
    10 jul, 2016 Maia 09:55
    O senhor Carlos de Braga tem toda a razão...P.S: "as desertas" ainda são muito próximo...
  • desatina carreira
    10 jul, 2016 queluz 09:41
    e fazem muito bem
  • Mafurra
    10 jul, 2016 Lisboa 09:03
    É triste, mas estou de acordo com o comentador CARLOS de Braga. Se temos um dedo a gangrenar é preferível perder o dedo do que sujeitar o corpo todo à infecção, e quem sabe, à morte.
  • CARLOS
    09 jul, 2016 Braga 22:41
    Os "centros de acolhimento que rejeitam crianças problemáticas"... e com toda a razão. Estamos num país onde a canalha insolente e pode cometer as maiores atrocidades e ninguém lhes pode dar um par de estalos para as conter, depois querem o quê? Há fedelhos de 12 ou 13 anos a agir com plena consciência são impunes e por isso usam de níveis de crueldade que arrepiariam os nazis. O pior de tudo é que se alguém lhes põe a mão, cai o Carmo e Trindade... São "maus-tratos"! Tudo isto se deve a um conjunto de políticos imbecis que que não sabem discernir um cm além do nariz, uma esquerdalha rançosa e pró-terrorista, além de um conjunto intelectuais "copinho de iogurte" que não sabem em que mundo vivemos e qual é a realidade... o Homem sem controlo é um animal tão ou mais feroz que as grandes felinos africanos... Eu também não quero problemáticos desses na escola dos meus filhos, também não os aceito no meu trabalho, também não os quero ver na minha rua... de preferência que vão para mais longe possível, porque não as Desertas?!
  • Isabel
    09 jul, 2016 Lisboa 14:42
    Conhecidos esses casos, não há hipótese de reduzir apoios m função das vagas não preenchidas?

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