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Cientistas descobrem planeta longínquo com três sóis

07 jul, 2016 - 20:58

O grupo de investigadores utilizou um dos instrumentos do telescópio VLT do OES, no Chile, para obter as imagens.

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Uma equipa internacional de astrónomos detectou um planeta com três sóis, anunciou esta quinta-feira o Observatório Europeu do Sul (OES), adiantando que tal observação sugere que sistemas triplos de estrelas como este "possam ser mais comuns" do que se pensava.

O grupo usou um dos instrumentos do telescópio VLT do OES, no Chile, para obter as imagens.

Num planeta destes, um observador poderia desfrutar de dias constantes, isto é, sem noite, ou de triplos nascimentos e 'pores-do-Sol' todos os dias, dependendo das estações, que "duram mais que uma vida humana", assinala em comunicado o OES, organização da qual Portugal faz parte.

Os resultados da investigação, liderada por astrónomos da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, são publicados hoje, na edição digital da revista Science.

O planeta em causa tem o nome de registo HD 131399Ab e orbita a estrela, das três, mais brilhante, a HD 131399A. A sua órbita, que totaliza 550 anos terrestres, é a maior conhecida num sistema estelar múltiplo.

A descoberta surpreendeu os cientistas, porque órbitas como a do HD 131399Ab "são frequentemente instáveis, devido à atracção gravitacional, complexa e variável, das outras duas estrelas do sistema", pelo que pensavam que "seria muito improvável existirem planetas em órbitas estáveis nestas condições".

Para os astrónomos, planetas como o HD 131399Ab "têm um interesse especial", uma vez que "mostram como funciona a formação planetária em cenários muito extremos", refere o OES na nota, sublinhando que, ao contrário do que se julgava, os sistemas estelares múltiplos "são tão comuns" como as estrelas individuais, como o Sol.

O HD 131399Ab está situado a cerca de 320 anos-luz da Terra, na constelação de Centauro, e tem cerca de 16 milhões de anos, o que o torna num dos exoplanetas (planetas fora do Sistema Solar) mais jovens até agora descobertos (o Universo tem cerca de 14 mil milhões de anos) e "um dos muito poucos a serem directamente fotografados".

Os cientistas estimam que a estrela, das três, mais brilhante tenha mais massa do que o Sol, em 80%, e esteja a ser orbitada pelas restantes, com menos massa, que rodopiam em torno uma da outra e estão separadas entre si pela distância que medeia aproximadamente o Sol e Saturno.

Neste cenário, segundo o Observatório Europeu do Sul, o planeta HD 131399Ab "desloca-se em torno" da estrela mais brilhante, numa órbita com um raio correspondente a cerca de duas vezes a órbita do planeta-anão Plutão.

Comentários
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  • Oitozeus
    09 jul, 2016 Lisboa 01:00
    Diz assim "numa órbita com um raio correspondente a cerca de duas vezes a órbita do planeta-anão Plutão" é suposto nós percebermos isto qual é o valor real do raio da orbita de plutão como é que medem isso quer dizer se afirmamos que isto é uma treta alguem virá aclamar que isto é só para quem percebe de calculos astro fisicos wathever então que necessidade temos nós de saber disto ainda por cima trilhões de luzes a volta de trilhões de luzes porque alguma havia de ser sequer relevante para a vida na Terra, eu deixo uma pergunta qual é a distancia maxima que a luz do sol alcança se alguem quiser responder...
  • só sol
    08 jul, 2016 Santarém 22:40
    Aqui está o planeta indicado para os amantes da praia e do papo para o ar!
  • Rui
    08 jul, 2016 Porto 09:13
    Descobriram Tatooine de Star Wars =)
  • Alberto Sousa
    08 jul, 2016 Portugal 08:56
    Acho piada é a estas afirmações do género; "tem cerca de 16 milhões de anos", "o Universo tem cerca de 14 mil milhões de anos"...e por aí fora. Como se a nossa ciência e conhecimento tivessem a mínima capacidade de afirmar uma coisa destas. Mais valia dizer; "calcula-se que...", agora afirmar...que barbaridade.

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