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​Caso Vatileaks II. Vaticano condena padre e iliba jornalistas

07 jul, 2016 - 20:02

A sentença evoca a "existência, radicada e garantida pelo direito divino, da liberdade de manifestação do pensamento e da liberdade de imprensa no ordenamento jurídico do Vaticano".

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O tribunal do Vaticano condenou esta quinta-feira um padre e ilibou dois jornalistas que eram arguidos no processo de fuga de informação conhecido por “Vatileaks II”.

O monsenhor Angel Lucio Vallejo Balda, de nacionalidade espanhola, foi condenado a 18 meses de prisão, por furto e divulgação de documentos reservados da Santa Sé.

A relações públicas italiana Francesca Chaouqui, que tem um bebé de três semanas, foi condenada a 10 meses de pena suspensa.

O padre Vallejo Balda foi secretário da comissão para a reforma financeira do Vaticano, da qual também fazia parte a leiga Francesca Chaouqui.

Dois jornalistas italianos foram ilibados no caso “Vatileaks”. Os juízes consideram que não têm jurisdição sobre Gianluigi Nuzzi e Emiliano Fittipaldi, porque não trabalham no Vaticano.

A sentença evoca a "existência, radicada e garantida pelo direito divino, da liberdade de manifestação do pensamento e da liberdade de imprensa no ordenamento jurídico do Vaticano".

Os repórteres publicaram no ano passado livros a denunciar a existência de corrupção no Vaticano e que a vontade do Papa Francisco de implementar reformas enfrentava resistência por parte de alguns sectores da Santa Sé.

Nicola Maio, assistente do padre Vallejo Balda, era o quinto arguido neste processo e também foi considerado inocente.

Nas reacções à decisão do tribunal, o jornalista Emiliano Fittipaldi mostrou-se “completamente surpreendido” pela decisão.

“Este foi um julgamento que nunca deveria ter acontecido. Esta sentença reconhece a independência dos jornalistas ao dizerem a verdade. A opinião pública estava do nosso lado, as pessoas compreenderam o valor destes livros”, acrescentou Gianluigi Nuzzi.

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