02 jul, 2016 - 00:33 • Henrique Cunha
A Associação Comercial do Porto diz que o país não precisa de novos portos, nem o Estado deve investir no sector. A organização portuense elaborou um estudo que revela que os portos de Sines e de Leixões podem apenas merecer intervenções pontuais para se manterem estruturas de referência em Portugal.
Nuno Botelho lembra que “em Portugal temos um grande porto transhipment que ganha quota de mercado ano após ano que é o porto de Sines, que verifica capacidade de resposta. É procurado pelas grandes agências de navegação e por isso merecerá eventualmente pequenos investimentos para manter capacidade de resposta, embora já esteja a cerca de 80% da sua capacidade. E portanto, desse ponto de vista Sines é uma boa resposta. Para saída de mercadorias temos um grande porto, que é o porto de Leixões que também ele com pequenos investimentos poderá manter uma boa capacidade de resposta”.
Neste estudo a que a Renascença teve acesso, a Associação Comercial do Porto faz saber que não há necessidade de se investir em novos portos.
“Não vemos necessidade de investimento em novos portos sejam eles onde forem. E a existir que sejam investimentos absolutamente privados, com condições absolutamente claras e transparentes em que o estado português não invista um euro porque não tem necessidade de o fazer”, acrescenta Nuno Botelho.
No estudo são ainda apresentadas críticas à recente intervenção do Governo no porto de Lisboa para resolver o conflito laboral. “Em lisboa não tem resultado exactamente pela enorme sindicalização existente. E agora, neste caso, o Governo acaba de celebrar um contrato colectivo de trabalho que do meu ponto de vista põe um pouco em causa a capacidade de resposta do porto. O que nós defendemos é que desse ponto de vista as regras sejam iguais para todos os portos e haja capacidade de resposta de todos os portos de forma equitativa, e que de norte a sul do país as regras sejam iguais”.