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Ciclismo

​Tour. Vem aí mais uma “Grand Boucle”

01 jul, 2016 - 16:35

Arranca este sábado no Mont-Saint-Michel a 103ª edição da principal prova velocipédica à escala planetária. Serão três semanas e um traçado de 3.535 quilómetros que culminará a 24 de Julho nos Campos Elísios, em Paris. Froome, Contador e Quintana são os grandes favoritos à vitória final.

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Vinte e uma etapas, 198 ciclistas e 22 equipas. São estes alguns dos dados mais importantes da edição 2016 do Tour de France. Está tudo pronto para as bicicletas começarem a rolar na prova velocipédica mais famosa do mundo.

Froome, Contador e Quintana: Os principais candidatos à vitória final

Para a edição deste ano há três ciclistas que se perfilam numa primeira linha para o ataque à amarela.

Chris Froome é o primeiro dos favoritos, não fosse ele ostentar o dorsal número um, depois da sua vitória na edição de 2015. O atleta britânico irá contar com uma poderosa Team Sky a trabalhar para si. Vasil Kiryenka, Geraint Thomas, Sergio Henao, Mikel Nieve e Mikel Landa poderiam ser chefes de fila de outras equipas mas vão ser o suporte de alto quilate que Chris Froome vai ter no assalto à terceira vitória na geral. O vencedor do ano passado vem moralizado da vitória recente no Criterium du Dauphiné.

A par de Chris Froome, Alberto Contador irá procurar a terceira vitória na geral do Tour. Poderia ser a quarta do espanhol mas um controlo anti-doping positivo na edição de 2010 retirou o título a “el pistolero”. Situação que não mancha o invejável currículo de Contador, que soma ainda três triunfos na Vuelta e duas vitórias finais no Giro d’Italia. O castelhano contará com o importante apoio de Roman Kreuziger, Rafal Majka e Robert Kiserlovski. Apesar da sua candidatura à “amarela”, Contador terá que melhorar os seus registos da presente época, já que até ao momento só alcançou uma vitória na Volta ao País Basco.

Nairo Quintana fecha o rol dos três grandes favoritos. O colombiano já arrebatou a camisola da montanha e da juventude mas na presente edição vai querer chegar a Paris vestido de amarelo. O vencedor do "Giro" em 2014 tem realizado uma boa época com vitórias na Volta à Catalunha e na Volta à Romandia. De igual modo aos outros dois favoritos, Nairo Quintana conta com uma equipa pronta para o ajudar, onde se destacam Alejandro Valverde, Winner Anacona e Ion Izaguirre.

Ora, a edição de 2016 da Volta a França terá ainda outros ciclistas que podem intrometer-se na luta pela vitória final e por uma colocação no Top 3.

Fábio Aru, vencedor da Volta a Espanha em 2015, será o líder da Astana. O italiano realizou a sua preparação com vista ao Tour de France, mas até ao momento só conseguiu uma vitória no Criterium du Dauphiné e um sexto lugar na Volta à Comunidade Valenciana.

Na equipa cazaque, surge ainda o favorito Vicenzo Nibali. O italiano venceu o Giro deste ano mas iniciará o Tour de France a trabalhar para Fabio Aru. Contudo, ao mínimo deslize de Aru, Nibali pode tomar a dianteira das intenções da sua equipa em alcançar um bom lugar na geral final. Vicenzo Nibali apresenta um dos melhores currículos velocipédicos com duas vitórias no Giro, uma vitória na Vuelta e uma no Tour de France.

Apesar de ainda não ter alcançado uma grande vitória no ciclismo internacional, Tejay van Garderen é um dos ciclistas a ter em conta. O norte-americano da BMC já fez um Top 5 no Tour e quererá intrometer-se na luta pela vitória final. Na presente temporada, os registos têm sido medianos, com um segundo lugar na Volta à Andaluzia, quinto na Volta à Catalunha, décimo na Volta a Romandia e sexto na Volta à Suíça.

Na equipa da BMC, surge ainda o nome de Richie Porte como candidato à vitória final. O australiano conta com bons registos ao longo da presente temporada como o terceiro lugar no Paris-Nice, quarto na Volta a Catalunha e quarto no Criterium du Dauphiné.

Numa terceira linha e prontos a aproveitar os deslizes dos principais favoritos, surgem Romain Bardet (AG2R), Alejandro Valverde (Movistar), Ilnur Zakarin (Katusha), Thibaut Pinot (FDJ), Geraint Thomas (Sky), Sergio Henao (Sky) e Bauke Mollema (Trek).

“Sprinters” e trepadores prometem dar espectáculo

Se a luta pela geral promete agarrar os amantes do ciclismo ao televisor, as disputas pelas camisolas verde (pontos) e das “bolinhas” (montanha) não ficam atrás.

Os ciclistas mais rápidos do pelotão marcam presença nesta edição do Tour e prometem tentar quebrar a invencibilidade de Peter Sagan (Tinkoff), que arrebatou a camisola verde nas últimas quatro edições. Mark Cavendish (Dimension Data), Bryan Coquard (Direct Energie), Marcel Kittel (Etixx – Quick Step), Andre Greipel (Lotto Saudal), John Degenkolb (Team Giant – Alpecin), Alexander Kristoff (Team Katusha) e Dylan Groenewegen (Team LottoNL – Jumbo) são as principais figuras que prometem bater o pé ao actual campeão do mundo.

Na luta pela camisola das bolinhas, os ciclistas que vão lutar pela classificação geral são naturais candidatos à conquista da montanha, mas surgem sempre “outsiders” que se limitam a lutar por esta classificação. Neste capítulo, Joaquim Rodríguez (Katusha), Romain Sicard (Direct Energie), Daniel Navarro (Cofidis), Serge Pauwels (Dimension Data), Julian Alaphilippe (Etixx Quick-Step), Eduardo Sepulveda (Fortuneo – Vital Concept), Mathias Frank (IAM Cycling), Rafal Majka (Tinkoff) e Mathias Frank (IAM Cycling) são alguns dos candidatos a melhor trepador.

Dois portugueses à procura de uma oportunidade para brilharem

O Tour de France de 2016 conta com a presença de dois ciclistas portugueses. Rui Costa é o atleta em que os portugueses depositam mais esperanças e apresenta-se para o Tour como o chefe de fila da Lampre-Merida. Com as qualidades que já lhe reconhecemos, Rui Costa pode ambicionar um lugar no "top" 10 ou vitórias em etapas, como já aconteceu por duas ocasiões na edição de 2013.

O outro ciclista luso a pedalar nas estradas francesas é Nélson Oliveira. O ciclista bairradino transferiu-se na presente temporada da Lampre-Merida para a Movistar, onde terá um papel preponderante no apoio a Nairo Quintana. Para além do trabalho de gregário, Nélson Oliveira poderá intrometer-se numa fuga e tentar alcançar um bom resultado nas etapas de contra-relógio, capítulo na qual é especialista. De resto, sagrou-se recentemente tricampeão nacional do “crono”.

Percurso montanhoso espera os ciclistas

A edição deste ano é apontada como a mais difícil dos últimos anos devido ao grande número de etapas de alta montanha mas a diferença deverá ser feita no contra-relógio.

A primeira pedalada será dada junto ao Mont-Saint-Michel e culminará com uma chegada propícia para os “sprinters”.

Na segunda etapa, os especialistas das clássicas das Ardenas vão ter a sua oportunidade de brilhar.

Na terceira e quarta etapas, regressa a luta pela camisola verde (pontos) com duas chegadas para os “sprinters” entrarem em acção.

O primeiro “cheiro” a alta montanha será na quinta jornada com os ciclistas a enfrentarem três prémios de montanha nos últimos 30 quilómetros.

Segue-se uma etapa de média montanha, antes da sétima jornada em que os ciclistas começam a enfrentar as montanhas dos Pirenéus. Nessa primeira tirada, encontra-se o Col d’Aspin e na oitava etapa seguem-se outras míticas subidas como o Col du Tourmalet e o Col de Peyressoude. Antes do dia de descanso, os ciclistas enfrentam a nona etapa com chegada ao alto de Andorra Arcalis.

A competição regressa com duas jornadas (10 e 11) propícias a fugas ou chegadas ao “sprint”.

Na 12ª tirada, os candidatos à vitória final voltam a entrar em acção com a chegada ao conhecido Mont Ventoux. E, na jornada seguinte, não têm descanso, com um contra-relógio de 37 quilómetros.

Os “sprinters” vão ter a penúltima oportunidade de brilhar com uma chegada em plano na 14ª etapa. No dia seguinte, a alta montanha regressa com uma passagem pelo Grand Colombier.

No dia 18 de Julho, os ciclistas visitam Berna, a capital da Suíça, numa etapa de média montanha. Segue-se o segundo dia de descanso. Dia que deve ser bem aproveitado pois a última semana vai ser um autêntico “rompe pernas”.

A 17ª etapa marca a chegada aos Alpes, a 19ª conta com uma passagem pelo Mont Blanc e a 20ª reserva uma passagem por quatro montanhas, uma das quais de categoria especial.

Por entre as etapas de alta montanha dos Alpes, os ciclistas enfrentam na 18ª jornada, um contra-relógio de 17 quilómetros, dos quais 11 são em subida.

O Tour de France termina com a legendária chegada aos Campos Elísios.

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