Polónia. A solidariedade faz a força

Polónia à lupa: os momentos de jogo

Transição ofensiva

Vertical e vertiginosa. A saída para ataque, assim que a bola é recuperada, coloca frequentemente quatro a cinco unidades nas imediações da área com poucos toques ou passes. O contra-ataque é veloz, graças à profundidade e celeridade de processos dos alas Kuba e Grosicki. No meio-campo deste 4x4x2 amplamente solidário, Maczinsky é o desarmador de serviço e Krychowiak a mente que pensa todo o processo. Saem dos pés do reforço do PSG, de resto, grande parte das acções de ataque.

Momento ofensivo

Mas não se pense que há ansiedade para aparecer sempre em velocidade na área contrária. Esta Polónia já provou, no Europeu de França, que se sente confortável a trocar a bola no meio-terreno contrário, adoptando uma postura paciente quando o adversário se reposiciona. Na frente, Milik e Lewandowski complementam-se de tal forma que é frequente qualquer defesa adversária perder o rumo a um deles, quando a equipa acelera e canaliza jogo pelas alas. Milik, por exemplo, surge quase sempre com espaço no espaço que resta entre a linha defensiva e intermediária, sendo ávido na exploração deste sector entrelinhas. Essencial, nesta fase de jogo, pelo que também se percebe, será anular dois dos extremos que em melhor plano têm estado neste campeonato da Europa: Kuba e Grosicki.

Transição defensiva

Recuando em bloco e, muitas vezes, com 11 unidades atrás da bola, o principal trunfo é o momento em que parte para ataque. Não, não é um contra-senso, porque a pressão exercida pelos alas visa provocar o erro no passe e na decisão do portador da bola. Ultrapassado este ponto forte, a coisa muda de figura. Adam Nawalka prefere “afunilar” várias unidades no corredor central, com recuo excessivo até à área, o que desguarnece os laterais Piszczek e Jedrzejczyk em duelos individuais de progressão do adversário.

Momento defensivo

Lá solidários são eles. E só sofreram um único golo em quatro jogos. O sensacional pontapé-de-bicicleta de Shaqiri nos oitavos-de-final foi a única forma que uma selecção teve de bater uma defesa organizada. Contrariamente ao que pode parecer, a Polónia não é a típica equipa que tem defesas “altos e toscos”. Bom, altos até são mas nada têm de “toscos”. O lateral Piszczek, do Borussia Dortmund, é o expoente máximo, aliando a agressividade no 1x1 a uma notável capacidade técnica de saída para ataque com bola colada ao pé. Os centrais, Glik e Pazdan, são incisivos no ataque ao portador da bola, embora algo permissivos na marcação individual.

Esquemas tácticos (bolas paradas)

Defensivamente, a aposta na marcação individual extrema pode trazer dissabores aos polacos. Basta um cenário de antecipação, num dos postes, para ultrapassar esta abordagem altamente conservadora e surpreender em duelos aéreos. No plano ofensivo, os centrais Glik e Pazdan são tradicionalmente agressivos no ataque à bola enquanto Krychowiak é mais criterioso e Lewandowski, a estrela maior da equipa, é absolutamente letal a escapar à marcação em desmarcação constante.

A figura: Robert Lewandowski

É um dos mais pensadores avançados do mundo. Preciso no ataque à bola, impiedoso perante a baliza (embora ainda não tenha marcado qualquer golo no Europeu) e, acima de tudo, desconcertante nas variações diagonais (do meio para a linha), concretizando superioridade numérica à Polónia em profundidade. É o capitão de um país ávido do regresso aos tempos áureos de Boniek e um sucessor digno à altura do ex-goleador.

ONZE PROVÁVEL DA POLÓNIA FRENTE A PORTUGAL
(ADAM NAWALKA)