Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

E se o Reino Unido acabar por não sair da UE?

29 jun, 2016 - 15:16

Fausto Quadros, especialista em Direito Europeu, lembra que os procedimentos que se abrem após o referendo não são tão lineares como se pode retirar de muitas análises simplistas que se fazem.

A+ / A-

O especialista em Direito Europeu Fausto Quadros considera que o processo do "Brexit" poderá voltar à "estaca zero", porque os procedimentos que se abrem após a decisão referendária não são tão lineares como se pode retirar de muitas análises simplistas que se fazem.

Em declarações à Renascença, Fausto Quadros adverte para o facto de poder haver eleições legislativas antecipadas em 2017 no Reino Unido. "É algo de muito provável porque o Partido Conservador vai mudar de liderança e o Partido Trabalhista, tudo leva a crer, também", argumenta o docente da Faculdade de Direito de Lisboa.

Com novas eleições e novo Governo em Londres, "não estando ainda concluído o acordo que o artigo 50 do Tratado da União Europeia prevê para saída do Reino Unido", podem os novos governantes e os novos parlamentares de Westminster concluir que se justifica a convocatória um novo referendo e, "se isso acontecer e houver resultado diferente", a consulta de 23 de Junho "será revogada e tudo voltará à estaca zero".

Nestas declarações à Renascença, Fausto Quadros chama também à atenção para o caso escocês. A União Europeia (UE) só aceita a adesão de Estados, estatuto que a Escócia não detém. "Resulta do Tratado da União Europeia que só estados podem ser membros da União Europeia. Sendo assim, a Escócia só poderá ser membro da União Europeia sendo um estado, ou seja, é preciso que a Escócia se torne independente."

Pulsões independentistas tem a Escócia, mas o referendo de 2014 rejeitou a independência. Para a obter, "é preciso que haja um referendo na Escócia e é preciso que o referendo seja convocado conjuntamente pelo parlamento escocês e pelo parlamento britânico", lembra o jurista, antevendo que o parlamento britânico "não vai aceitar a convocação do referendo", sendo "difícil, para não dizer impossível, a Escócia tornar-se independente".

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Professor Martelo
    29 jun, 2016 Amaraleja 19:45
    Parece-me que foi a R R que encomendou está prosa! Tenham vergonha, sejam sérios!
  • 29 jun, 2016 19:32
    RR a radio que ainda não pôs de lado o lápis azul fascista!
  • jovem
    29 jun, 2016 coimbra 19:02
    Lá está a Europa no seu melhor. Quando o voto não corre da maneira que os elite querem, repetem o voto até conseguirem o resultado que lhes dá jeito. Já não é a primeira vez que isso acontece. Esta Europa vai contra tudo o que devia representar. O povo britânico votou, disse NÃO à europa, ponto final. Como é possível ainda sermos governados por gente que não elegemos e por um líder que diz, e cito "Quando as coisas ficam sérias, temos que mentir". Espero que o senhor Nigel Farage continue nesta guerra e que haja um efeito dominó pelos restantes países europeus para sairmos desta prisão que só nos tem empobrecido e deixado à beira de ser um país de 3º mundo. Europa... Um projecto com tanto potencial deitado ao lixo. É verdadeiramente triste ver como interesses, incompetências e manipulações conseguiram destruir algo que possivelmente poderia ser a melhor coisa do mundo actual. É uma lição em que até a melhor coisa, pode ser desperdiçada nas mãos erradas.
  • Zé Povinho
    29 jun, 2016 Lisboa 17:18
    E andamos a brincar à saídas e entradas! O movimento Nacionalista já está em ação e já não para de crescer! Os Britânicos sentem que podem pôr um travão à Europa e não vão desperdiçar de o continuar a fazer!
  • Daniel
    29 jun, 2016 Lisboa 17:00
    A ironia... Fausto descarda as hipóteses avançadas por serem simplistas, e acaba por desconsiderar a pretensão à independência da Escócia precisamente por uma justificação simplista: afinal rejeitou a independência em 2014. Ora, ficando pelo bacoco simplismo usado, a Escócia rejeitou a independência em 2014 pois foi-lhe dita na altura que não teria direito a acesso directo à UE, algo que neste momento deixa de ter qualquer influência na decisão pois para todos os efeitos seriam retirados da UE contra a sua vontade. De resto sim, tudo pode acontecer, é só uma questão de probabilidades e não de simplicidade ou complexidade... visto pelo prisma de "probabilidades", qual a probabilidade maior? Avançar com a saída mesmo a contra-gosto da maioria política do RU, ou arriscar uma guerra civil ou pelo menos polarização extremada da sociedade?
  • Professor Martelo
    29 jun, 2016 Amaraleja 16:59
    este fausto quadros julga que o reino unido e uma republica das bananas ou o portugalzinho dos chico-espertos e aldrabões. alguma vez o próximo governo conseguirá fazer outro referendo? a rainha dissolveria logo o parlamento. a espanha hoje acbou com a escócia na UE. já agora quem e quanto pagaram a este intelectualóide pora escrever estas baboseiras? Portugal no seu melhor!!!

Destaques V+