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​Montalegre. Na horta do padre havia mesmo mais que terra

27 jun, 2016 - 12:40 • Olímpia Mairos

O povo insistia e a autarquia contratou uma equipa de arqueólogos. Os especialistas acreditam ter descoberto um achado arqueológico romano, num terreno particular agrícola da aldeia de Sezelhe.

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Uma equipa de arqueólogos, liderada pela arqueóloga Carla Cascais, acredita ter descoberto um achado arqueológico do tempo romano em Sezelhe, no concelho de Montalegre.

O povo da aldeia há muito que dizia que "no lugar da horta do padre” havia mais que terra, uma vez que, de quando em vez, apareciam telhas diferentes e, para desfazer as dúvidas, a Câmara de Montalegre contratou uma equipa de especialistas.

Bastou um primeiro contacto para confirmar “que havia aqui alguma coisa que indiciava vestígios”, diz Carla Cascais, apontando, já, o próximo passo: estudar o melhor caminho que preserve este “documento expressivo da história do concelho”.

"Vamos ver se a autarquia pretende que se invista um pouco mais. Quando falo em investir, falo em conhecimento. A ver se podemos alargar esta escavação para tentar perceber o que realmente aqui temos”, realça

A cronologia arqueológica aponta para o tempo romano. Carla Cascais indica ter confirmado que se tratava “de telhas romanas” e após “uma sondagem de avaliação”, concluiu que “aparecem estruturas, alguns pisos e muros”.

"O caminho que está junto do terreno indicia ligações com outros sítios similares, ou até maiores, como é exemplo o castro de Frades”, adianta a arqueóloga.

Câmara vai estudar o assunto

O presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, mostra-se satisfeito pela descoberta. "É uma situação que me dá satisfação por considerar, segundo a opinião dos técnicos presentes, que estamos perante um achado de matriz arqueológica que indicia, à primeira vista, a presença romana neste espaço e que irá obrigar a pensar qual será a atitude subsequente”,declara à Renascença.

Para já, “o caminho pode ir parar a várias portas”. Importa, explica Orlando Alves, “pensar em conjunto e tomar a melhor decisão”.

“A partir de agora, teremos de pensar em conjunto, com os técnicos que aqui estão, no sentido de ver quais serão os passos que devemos seguir, tutelados ou não pelo IGESPAR [Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico], com a colaboração que queiram ter, ou que sejam eles a querer levar este assunto para a frente”, remata o autarca de Montalegre.

Comentários
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  • Sérgio Pedini
    15 fev, 2017 Brasil 22:11
    Mais orgulho ainda de ser descendente desse povo e dessa terra! Parabéns a todos os envolvidos!
  • ana
    28 jun, 2016 beja 10:15
    Por causa de gente como você juzze desvaloriza essas coisas que Portugal está perdendo sua história.Certeza que seus filhos não vão para universidade mas para um emprego assalariado qualquer pois cultura eles não vão aprender consigo.
  • juzze do vale
    27 jun, 2016 Porto 15:50
    Telhas romanas...tégulas como se diz arquelogicamente...! Bom ..tudo é bonito para se vender em termos de imagem.. e empolar uma coisa banal . Telhas romanas? ...apenas sinal de fornos de cozedura de telha. Em muitos concelhos minhotos, transmontanos e durienses...isto encontra-se aos pontapés. Mas pronto..às vezes é preciso mostrar serviço.

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