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Bloco anuncia fim das apresentações quinzenais dos desempregados

25 jun, 2016 - 13:20 • Susana Madureira Martins

Catarina Martins lançou a novidade na abertura da convenção do partido. À Renascença, fonte do Governo ressalva que controlos à atribuição de subsídio de desemprego vão manter-se e poderá haver novidades para a semana.

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O Bloco de Esquerda garante que já há acordo com o Governo para acabar com as apresentações quinzenais dos desempregados nos centros de emprego. O anúncio foi feito pela porta-voz do partido, Catarina Martins, na abertura da convenção que está a decorrer em Lisboa.

“Não aceitamos medidas que não servem nem para formação nem para encontrar emprego e que atribuem aos desempregados e desempregadas a culpa do desemprego. É preciso acabar com a perseguição das vítimas da crise. Há já acordo com o Governo e vamos acabar com a humilhação da apresentação das apresentações quinzenais”, anunciou Catarina Martins.

Está já marcado pelo Bloco um debate potestativo no Parlamento sobre este assunto. Mas este não foi o único anúncio feito pela líder do BE. Há mais um acordo, desta vez para defender o direito à habitação: “Há já acordo e em breve será a aprovação final no Parlamento da lei que permite que, entre outras alterações, a renda apoiada passe a ser calculada pelo rendimento líquido, baixando as rendas e protegendo o direito à habitação.”

Contactada pela Renascença, fonte do gabinete do ministro do Trabalho admite a existência de uma plataforma de entendimento sobre a questão das deslocações periódicas aos centros de emprego, mas garante que o Governo não abdica de um controlo efectivo da atribuição do subsídio de desemprego, remetendo para eventuais novidades para quarta-feira, dia em que o desemprego será tema de debate no Parlamento.

Se o Bloco tivesse mais força…

O discurso inicial de Catarina Martins foi também o momento para o Bloco fazer um balanço interno sobre o último ano e meio. Desde a última convenção o Bloco de Esquerda ganhou força, mais votos, mais deputados, assinou um acordo com o PS, faz parte da maioria parlamentar, teve um bom resultado nas presidenciais

Isto é só o início, avisou Catarina Martins, para quem é preciso dar ainda mais força ao BE. Aliás, a líder bloquista também afirmou que se o seu partido tivesse mais força, faria mais.

"Tivesse o Bloco tido mais força e o Banif não tinha sido entregue ao Santander. Tivesse o Bloco mais força e o governador do Banco de Portugal não continuava a assustar o país com ameaças de colapso bancário umas atrás das outras. Tivesse o Bloco mais força e Portugal não tinha assinado com a Turquia a vergonha do acordo anti-humanitário que é o contrário do que a Europa tinha que fazer”, disse Catarina Martins, que usou a frase “cumprimos a nossa palavra”, fazendo lembrar o mote do congresso do PS, que decorreu no início de Junho, e que teve como a frase de apresentação a expressão “prometemos, cumprimos”.


[Notícia actualizada às 14h34 com reacção do Governo]

Comentários
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  • Diogo
    26 jun, 2016 Madalena 10:50
    Gostava que o bloco de esquerda tentasse introduzir no seu discurso e também no debate político um assunto relacionado com o incentivo à natalidade. Acho que está na altura deste país esquecer de vez o passado , as questões contratuais e preocuparmo-nos com uma questão essencial que é o país.
  • Eborense
    26 jun, 2016 Évora 02:15
    Aí está a 1ª Ministra de Portugal ao seu melhor nível. Vamos pagar bem caro a irresponsabilidade desta Sr.(a) e do seu Ministro Adjunto, António Costa.
  • vitor neves
    25 jun, 2016 Albufeira 22:54
    Ainda mais Srª Catarina, só falta levar-lhes o cheque a casa. É que assim poderia ganhar mais uns votos, para as próximas eleições! Porque é com este propósito, que vem com estas propostas. Pense no nosso Portugal e não a caça ao voto, porque o povo sabe o que quer e tira conclusões!
  • arnaldo silva
    25 jun, 2016 pinhal novo 22:46
    decidamente o bloco arranjou um novo eleitor .
  • realista
    25 jun, 2016 Maia 21:39
    A próxima medida espero que seja o pequeno almoço na cama!
  • FS
    25 jun, 2016 LOURES 19:32
    ....... "tivesse o Bloco mais força", e hoje estaríamos como a Venezuela!
  • PORREIRO, PÁ!
    25 jun, 2016 Portugal 19:27
    Agora, os desempregados já não precisam de chegar mais tarde aos empregos 1 vez de 15 em 15 dias. Eram uma seca aquelas filas que tinham que suportar logo pela abertura matinal dos centros de emprego para fazerem prova de vida... Ufa!
  • Desempregado
    25 jun, 2016 Lisboa 19:13
    E os desempregados que não recebem um chavo, nada mesmo e tem de ir as reuniões da treta? Parece que o estado pela mão da segurança social não tem deveres para com eles, mas eles desempregados tem de estar presentes? Pais de palhaços.
  • vitor
    25 jun, 2016 porto 19:00
    As apresentações quinzenais, é uma forma de controlar que as pessoas não vão trabalhar para os estrangeiro, sabendo o governo português que não existe cruzamento de dados com outros países. Além disso todos conhecem inúmeros casos de pessoas que além de receberem o rendimento mínimo fazem biscatadas, que somados dão mais que os salários de muitos portugueses. Por tudo isto BE é um grupo de incompetentes e irresponsável.
  • ana
    25 jun, 2016 lisboa 18:35
    Finalmente alguém conseguio acabar com a humilhação a medida vergonhosa e descriminatória que é a apresentação quinzenal. Os desempregados são vitimas, não são criminosos, não fogem, não mataram ou roubaram alguém. Nunca ninguém entendeu esta medida. Bem haja Dra Catarina Martins

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