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Papa na Arménia

Papa: “Deus habita onde se ama, onde se cuida"

25 jun, 2016 - 10:56 • Aura Miguel ,enviada da Renascença à Arménia

Papa celebrou missa na segunda cidade da Arménia e apelou aos cristãos que edifiquem a sua vida sobre os alicerces da memória, da fé e do amor.

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Papa: “Deus habita onde se ama, onde se cuida" e não deixou os arménios sozinhos
Papa: “Deus habita onde se ama, onde se cuida" e não deixou os arménios sozinhos

“O amor concreto é o cartão de visita do cristão: outras maneiras de se apresentar podem ser enganadoras e até inúteis, pois todos saberão que somos seus discípulos por isto: se nos amarmos uns aos outros”, afirmou este sábado o Papa Francisco na missa que celebrou em Gyumri, a segunda cidade da Arménia, país que visita até domingo.

Numa homilia centrada nos três alicerces sobre os quais os cristãos devem edificar as suas vidas – a memória, a fé e o amor – Francisco deixou um forte apelo ao amor concreto.

“Deus habita no coração de quem ama; Deus habita onde se ama, especialmente onde se cuida, com coragem e compaixão, dos frágeis e dos pobres”, afirmou, continuando: “Há tanta necessidade disto. Há necessidade de cristãos que não se deixem abater pelas fadigas nem desanimem com as adversidades, mas estejam disponíveis e abertos, prontos a servir; há necessidade de homens de boa vontade que efectivamente, e não apenas em palavras, ajudem os irmãos e as irmãs em dificuldade; há necessidade de sociedades mais justas, onde cada um possa gozar de vida digna a começar por um trabalho justamente remunerado.”

Nesta terra antiga, muita rica de tradições, mas também muito sofrida com perseguições e massacres, o Papa começou por apontar para o alicerce da memória.

Em primeiro lugar, “a memória daquilo que o Senhor realizou em nós e por nós (…) escolheu-nos, amou-nos, chamou-nos e perdoou-nos”. Mas também a “memória do povo”, considerando que a memória do povo arménio, em que “se misturam os gemidos e as alegrias”, também mostra que Deus não deixou esse povo sozinho.

O segundo alicerce apontado pelo Papa é a fé, mas uma fé que é também “esperança, luz no caminho da vida” e que não pode ser guardada como um livro de história.

“Há sempre um perigo que pode fazer esmorecer a luz da fé: é a tentação de a reduzir a algo do passado, algo importante mas próprio de outros tempos, como se a fé fosse um belo livro de miniaturas que se deve conservar num museu. Mas ela, se for encerrada nos arquivos da história, perde a sua força transformadora, a sua vivacidade, a sua abertura positiva aos outros”, afirmou.

“Ao contrário, a fé nasce e renasce do encontro vivificante com Jesus, da experiência da sua misericórdia que ilumina todas as situações da vida. Far-nos-á bem reavivar cada dia este encontro vivo com o Senhor”, disse ainda, apelando aos cristãos para que alimentem essa fé na leitura da Palavra de Deus e na oração.

Por fim, o alicerce do amor misericordioso. “É sobre esta rocha, a rocha do amor recebido de Deus e oferecido ao próximo, que se baseia a vida do discípulo de Jesus”, disse o Papa na homília, acrescentando que “é vivendo a caridade que rejuvenesce e se torna atraente o rosto da Igreja”.

Ainda na tarde deste sábado, o Papa visita um orfanato e tem um encontro ecuménico e uma oração pela paz, já de novo na capital arménia, Yerevan.


A Renascença na Arménia com o Papa Francisco. Apoio: Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

Comentários
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  • Pedro
    25 jun, 2016 Lisboa 11:39
    semântica. deus é uma interrogação pessoal e não uma razão física. é metafísica, criamos o ideal de deus para que ele possa existir dentro dos nossos interesses e não devemos impôr sobre os outros o que acreditamos. olho-te como homem e não como santo papa, e por isso te desacredito, pois não tens nenhuma razão de poder perante todas as razões pessoais de cada um, em afirmar tal imposição na mente dos susceptiveis e fracos de intelecto. se podes criar o deus para todos sendo tu homem, estes todos homens semelhantes a ti, tambem são deuses na criação deles proprios.

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