Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Parlamento recebe petição com 27 mil assinaturas contra exploração de petróleo no Algarve

22 jun, 2016 - 18:36

Entidades opõem-se ao consórcio GALP/ENI, que pretende explorar petróleo em Aljezur, pedindo a suspensão imediata dos contratos que foram assinados.

A+ / A-

Uma associação algarvia entregou esta quarta-feira no parlamento 27 mil assinaturas a pedir a suspensão imediata dos contratos para exploração de petróleo em Aljezur, além da avaliação do impacto que esta exploração pode ter, em diálogo com a população.

A iniciativa, promovida pela Associação de Surf e Actividades Marítimas do Algarve (ASMAA), recebeu o apoio de várias autarquias algarvias e do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN).

Estas entidades opõem-se à atribuição de uma licença de Título de Utilização Privativa do Espaço (TUPEM) relativa ao consórcio GALP/ENI, que pretende explorar petróleo na área de Santola, na Bacia do Alentejo, em Aljezur, e pedem a suspensão imediata dos contratos que foram assinados.

O furo de sondagem para procura de petróleo será levado a cabo pelo consórcio GALP/ENI e está marcado para o dia 1 de Julho.

Entre as várias razões para se opor à licença, a ASMAA aponta na petição pública o valor ambiental, social e económico para o Algarve e todos os seus residentes e habitantes da Costa Vicentina, o facto de a zona para onde está prevista a perfuração ter habitats importantes para os animais e a falta de um estudo que tenha em conta o impacto ambiental dessa actividade.

Esta quarta-feira, um grupo de peticionários protestou à frente da Assembleia da República - com cartazes e t-shirts brancas com inscrições como "Nem um furo, nem agora nem no futuro" -, onde foram ouvidos pelo PS, PAN, "Os Verdes", PS, BE e MPT.

A presidente da ASMAA, Laurinda Seabra, entregou as assinaturas a representantes do gabinete do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, enumerando que a perfuração vai trazer impactos ambientais e económicos, num local onde se vive uma economia baseada no turismo, na pesca e na agricultura.

"O impacto é enorme. Se as pessoas não tiverem dinheiro para pagar a renda da casa, pôr comida na mesa e tratar dos filhos e dos netos, o resto não conta", disse.

Também Pedro Bicudo, da associação SOS - Salvem O Surf, realçou à Lusa que a indústria do petróleo é pesada e das mais poluidoras do mundo, que "faz grandes transformações nas praias e na paisagem".

"Tem um impacto muito mau na paisagem e o surf tem uma grande componente turística e isto é tudo muito mau para o turismo. O que acontece é que o surf é um desporto na natureza e os surfistas gostam de surfar na natureza, não em ambientes industriais", realçou, afirmando que dezenas de milhares de turistas vão surfar para o Algarve todos os anos, onde há centenas de escolas.

Para protestar contra a licença para este furo de pesquisa de petróleo está marcada para dia 25 de Junho uma manifestação, em Aljezur, convocada por vários movimentos.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Jorge
    23 jun, 2016 Lisboa 09:49
    Chamam os outros de tacanhos, mas mais tacanhos são vocês!! A Galp não tem milhões de lucros anuais? O que ganhamos nós Portugueses com isso, ? ZERO! Falam em 1 cêntimo por barril para o estado, isso nem dá para pagar a limpeza das praias, muito menos para cobrir as receitas que vão perder com o turismo. O petróleo continua a fazer falta, mas é para ser explorado no meio dos oceanos não perto das costas onde o impacto ambiental é muito maior..
  • Leife
    23 jun, 2016 LISBON 09:30
    Os carros desses tacanhos andam a quê a agua das pedras'????...o mal e a estupidez já vem de longe...o general cocacola disse na campanha de 1958...A ponte sobre o tejo não é precisa para nada. E so para satisfazer o ego do Salazar. Por estas e por outras é que somos dos mais atrasados da europa.
  • carlos tavares
    22 jun, 2016 Massamá 23:59
    até nisto os Portugueses são pobres. Se há riqueza no subsolo ou mar, há que o explorar para riqueza do País. gasolina mais barata e dinheiro entrar nos cofres do País, aliviam a carga ao contribuinte ou estou enganado? Deixem se de cuitadinhos, pois o ambiente não sofre e criam- -se empregos
  • O Zé
    22 jun, 2016 Lx 22:58
    Eu diria que mais uma vez os "Tugas" no seu melhor, não consigo perceber qual a dificuldade de entendimento quanto ao facto de Portugal poder deixar de depender do petróleo de terceiros para a compra de petróleo, se tivermos algum por cá é menos dinheiro que deverá ser inscrito no OE. Para além disso poder-se ia apostar em energia nuclear (uma central em Portugal evitaria o consumo de muito combustível fóssil e tornaria a energia muito mais barata e limpa) com os perigos associados que sabemos que existem... somos dos poucos que não tem essa tecnologia... Se por ventura o projeto fosse abandonado por culpa, mais uma vez dos ecológicos e dos surfistas, aquilo que deverá ser exigido aos mentores e subscritores do protesto é os valores perdidos por sua causa, e aí o país estaria ressarcido dos dinheiros públicos perdidos... já agora façam o mesmo junto do poder financeiro porque estou farto de pagar incompetências e falcatruas publicas e privadas......
  • LOURDES ESTUDANTE
    22 jun, 2016 COVA DA PIEDADE 22:37
    SENDO EU ALGARVIA NÃO POSSO ESTAR MAIS DE ACORDO COM OS MEUS PATRÍCIOS ALGARVIOS...NÃO A EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO ...O GOVERNO DEVE SUSPENDER O CONTRATO ..COM A GALP. O BARLAVENTO ALGARVIO É CONTRA Á EXPLORAÇÃO .EM ALJEZUR E EM TODA COSTA VICENTINA ...
  • Manel
    22 jun, 2016 Lisboa 22:09
    Com esta forma de pensar desta gente tacanha, iremos ser sempre um país pobretanas, atrasado e miserável, desperdiçando as poucas riquezas naturais que o nosso país nos oferece. Lamentável
  • David
    22 jun, 2016 centro 21:35
    Não destruam ainda mais a beleza natural do Algarve, além do cimento agora querem juntar petroleo, se ainda assim não estão convencidos pensem que os lucros desta exploração não irão beneficiar o povo nem a médio prazo enquanto nos dão-nos cabo da saude, o futuro passa por energias alternativas.
  • Rui
    22 jun, 2016 Loures 20:39
    Entendo todas as razões ambientais e que devem ser precavidas, mas não acho que o nosso país deva fugir destas possibilidades, porque a economia está de rastos e a precisar que isto resulte. Claro que caso haja possibilidades de se tornar um negócio, este deverá ser vantajoso para Portugal, senão não interessa os riscos que vamos correr.
  • Valdemar
    22 jun, 2016 Lisboa 20:03
    Esses tipos que se manifestam, fazem me lembrar os dos colégios privados
  • Manuel
    22 jun, 2016 Lisboa 20:02
    Porque será que os ditos defensores da costa vicentina não fazem nada contra a construção nas falésias, hotéis com acessos privativos a praias. Coitados dos EUA e da Noruega entre outros, ficaram coma costa poluída pela exploração de petróleo. Quem nos dera ter matérias primas para vender a outros. O turismo Algarvio não é nenhuma garantia, uns anos dá outros nem tanto.

Destaques V+