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Caso Homeland. Duarte Lima recorre ao Supremo Tribunal

15 jun, 2016 - 09:07

Antigo líder parlamentar do PSD foi condenado por burla qualificada e branqueamento de capitais, mas a pena foi reduzida de 10 para seis anos.

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O ex-deputado do PSD Duarte Lima recorreu para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da sua condenação no “Processo Homeland”, apesar de a pena de seis anos de prisão aplicada pela Relação de Lisboa travar aparentemente essa pretensão.

Duarte Lima foi condenado, em Novembro de 2014, a 10 anos de prisão em primeira instância, tendo, em Abril último, o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) confirmado a condenação do antigo líder parlamentar do PSD por burla qualificada e branqueamento de capitais, mas reduzindo de 10 para seis anos, em cúmulo jurídico, a pena de prisão.

Na altura, em declarações aos jornalistas, o presidente do TRL, Vaz das Neves, esclareceu que Duarte Lima não poderá recorrer para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) em virtude de a pena ser inferior a oito anos.

Agora, Raul Soares da Veiga, advogado de Duarte Lima, apresentou recurso para o STJ alegando que o acórdão do TRL (cujo relator foi o desembargador Rui Rangel) condenou o arguido por matéria de facto "não julgada provada" e "não constante na acusação", carreando assim "fundamentação radicalmente diversa da primeira instância", pelo que é "susceptível o recurso para o STJ".

A defesa de Duarte Lima alega que o acórdão do TRL padece de tantos e "tão relevantes erros jurídicos sobre questões fundamentais que, conjugados, o desvirtuam como decisão final de um recurso efectivo", no sentido consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Erros cometidos?

Dirigindo-se aos juízes conselheiros do STJ, Raul Soares da Veiga questiona porque é que os casos mediáticos de crimes económicos passaram a não chegar ao STJ, avançando uma explicação: "Será porque aí há absoluto rigor jurídico que não é dócil para com a demagogia justicialista reinante?".

No recurso para o STJ, mas que passa primeiro pela 9.ª secção da Relação, a defesa de Duarte Lima insiste que "houve mesmo uma condenação por factos diversos dos constantes da acusação e que, portanto, há "alteração substancial de factos", o que torna "mais claro" que a decisão da Relação de Lisboa "não confirma a decisão de primeira instância".

O advogado revela que "à cautela" já se arguiram vícios e nulidades do acórdão recorrido perante o TRL mas questiona que "esperança pode haver que quem comete erros reconheça depois com grande rigor os erros cometidos".

Raul Soares da Veiga aponta também inconstitucionalidades do acórdão recorrido, mas admite que "a única esperança é, mesmo, o STJ", tribunal que "até em tempo de ditadura sempre fez Justiça em Portugal".

No recurso, o advogado de Duarte Lima não poupa também a decisão de primeira instância, argumentando que "pura e simplesmente" deveria ter absolvido os arguidos do crime de burla que lhes foi imputado pela acusação em face da prova feita em audiência pela defesa e pela "falência de toda a prova da acusação".

Raul Soares da Veiga invoca ainda diversos outros argumentos jurídicos para que o STJ venha a apreciar o caso, incluindo como "pedido de revista excepcional".
Comentários
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  • BPN
    15 jun, 2016 lx 19:26
    O banco dos PSDs, na generalidade cavaquistas! Mas há outros!...Ainda se lembram?...Milhares de milhões! Onde estão?
  • José
    15 jun, 2016 Braga 16:50
    Ai meu Deus, ainda querem ver, pelo andar da carruagem, ainda vai ser dado como pobre inocente...E no final, ainda o vamos ter de indemnizar...querem ver...Já agora, aproveitem e dêem lhe uma condecoração pelos "brilhantes serviços" prestados...
  • Mais um vitimoso
    15 jun, 2016 lx 13:54
    da seita dos PSDs, cavaquistas e não só, que fraudulentamente e com todo o descaramento, defraudaram, ao longo de anos, o país, em milhares de milhões! E o que custam ao erario publico para serem "julgados"...
  • Luis
    15 jun, 2016 Lisboa 12:53
    Marcelo deveria condecorar, medalhar e dar comenda a esta ilustre personagem que tantos prestimos prestou ao Cavaquismo. Falar do Cavaquismo e ignorar esta ilustre personagem é uma falta imperdoável. Um medalha de lata, uma comenda da favela da Tijuca e a condecoração do gang do "Aperta o Papo".
  • paulo
    15 jun, 2016 vfxira 12:38
    Acredito que a Justiça funcione e bem,que dê um exemplo na condenação.
  • Luis
    15 jun, 2016 Lisboa 09:41
    Concerteza. O rapazito, apesar de pertencer ao bando do Dom Cavacone, está inocente. Eles e todos os restantes elementos do bando. O Padrinho Dom Cavacone liderava um grupo de meninos de coro. Muita gente pensa, embora mal, que eles eram um bando de malfeitores. Não senhor, tudo gente seria, bons chefes de familia, crentes e praticantes devotos, todos amigos de dar o que não era deles aos amigos, cumpridores das suas obrigações fiscais e nada amigos do alheio. Tudo "Crème de la crème".

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