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Escola que teve obras de 17 milhões sem espaço para acolher alunos autistas

07 jun, 2016 - 12:57 • Pedro Mesquita

Seis alunos autistas concluíram o 9.º ano e estão impedidos de continuar na Escola Carlos Amarante, que foi alvo de requalificação pela Parque Escolar. O Ministério da Educação diz que está em busca de solução.

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A Escola Secundária Carlos Amarante, em Braga, recusou receber um grupo de seis alunos autistas por alegada falta de espaço físico para acolher uma unidade de ensino estruturado. A escola foi alvo de uma intervenção recente no âmbito da Parque Escolar, que custou 17,2 milhões de euros.

O agrupamento já tem outras quatro unidades de autismo, noutras escolas, mas só até ao 9.º ano de escolaridade. Para os jovens autistas com idades entre os 16 e 18 anos, o ensino na Carlos Amarante terá, supostamente, que terminar no 9.º ano, onde são retidos.

"Disseram-nos que não têm condições de abrir uma unidade de ensino estruturado, naquela escola que já é o agrupamento de referência onde estão as outras unidades de ensino estruturado", conta à Renascença Ana Paula Leite, uma das encarregadas de educação a ouvir a recusa.

"Não aceitam abrir outra unidade, onde queremos colocar jovens com 18 anos", precisa, lamentando que, continuando na Carlos Amarante, os alunos "ficarão sempre retidos, quando devem ter o mesmo direito que qualquer outra pessoa e transitar para o 10.º, 11.º e 12.º".

Fonte oficial do Ministério da Educação garantiu à Renascença que os alunos serão reintegrados nesta escola no arranque do próximo ano lectivo.

Obras da Parque Escolar

A Escola Secundária Carlos Amarante, aberta em 1884, foi alvo de uma intervenção pela Parque Escolar, que dotou o equipamento de dois novos edifícios: um onde se localiza a nova entrada (onde funcionam a zona administrativa, salas TIC e laboratórios de ciências) e outro edifício onde funcionam os espaços sociais dos alunos como o refeitório, bar e loja escolar.

“Os edifícios existentes foram remodelados, garantido a satisfação das actuais exigências de conforto, segurança e acessibilidade”, refere o site da Parque Escolar .

O investimento da Parque Escolar neste estabelecimento atingiu os 17,2 milhões de euros.

[Notícia actualizada às 16h46]

Comentários
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  • André Souza
    08 jun, 2016 vila pouca de aguiar 15:43
    A parque escolar ( lobi socrático !! ) fez pelo país obras de "fachada"...há uma curiosa em Alverca tem fachada nova ENORME e nada mais! Essa obra socrática seria caso de polícia em pais normal. O caso da notícia é lamentável que a diretora da escola não tenho questionado o Ministério. A notícia é-o porque a Renascença quer dar a ideia que boa escola é a privada!!
  • henrique
    07 jun, 2016 coimbra 17:45
    Com o desinvestimento nas Escolas com CA e a propaganda dispendiosa do BE em todo o País contra as mesmas, surgem estas e outras noticias! Parece-me que ainda se vão gastar muitos mil milhões em obras na parque escolar, alguns sem necessidade só por teimosia e para gáudio de meia dúzia.
  • joão
    07 jun, 2016 Lisboa 17:41
    E ninguem é responsabilizado?! A tal ex-sinistra socrática e o fulano que desgovernou na altura!
  • Ricardo faria
    07 jun, 2016 Almada 16:58
    Não à ninguém que fiscalize nada e os que há são corruptos, agora as obras estão feitas com o dobro do dinheiro nos bolsos dos intervenientes, e nem condições têm, vergonha ao mais alto nível, e os outros que paguem, por o dinheiro roubado já não volta, nem suspeitos nem acusados, já é normal, o monopólio das empresas públicas está nas mãos de alguns que toda a gente sabe mas parece não se querer saber...outros mais espertos,abriram empresas privadas a trabalhar para as públicas beneficiando do conhecimento do monopólio das empresas do estado,passando algo despercebidos, não percebo como é que a leis da constituição, permitem este deboche. Não à umas alminhas de cabeça limpa que façam uma constituição para os dias de hoje e seguintes? O tempo de ser regido por leis antiquadas acho que não permite nada do referido atrás, simplesmente fazer bem e sem roubos já não era pedir muito...
  • MCL
    07 jun, 2016 Buelas 16:38
    Seria bom se saber, quando foram realizadas as obras.
  • OLP
    07 jun, 2016 Lisboa 16:19
    Haverá alguém com responsabilidades no MEC, que saiba explicar-nos como é que uma escola com 30 anos tem uma intervenção da Parque Escolar, que custou 17,2 milhões de euros, enquanto há muitas outras onde caiem chuva e neve dentro das salas, sem qualquer intervenção?
  • Alberto Sousa
    07 jun, 2016 Portugal 16:19
    Fico atónito com estes valores gastos numa só escola. Não a conheço mas conheço bem os gastos de grandes obras e fico perplexo com estes valores. Será que há um controlo sério destas contas? Ou será mais um faz de conta?
  • antonio
    07 jun, 2016 Portugal 16:04
    17 milhões. assim o estado gasta o dinheiro a favor do seu império. Mas há quem goste de ser explorado pelo estado.
  • M Candeias
    07 jun, 2016 Alfragide 15:59
    E não há nenhum colégio por perto?
  • Anónimo
    07 jun, 2016 Portimão 15:58
    Os investimentos devem ter em conta os que servem e são a justificação das Escolas: alunos, instrução, formação e educação. À Esc. Sec. do Agrupamento está impedido recusar a continuação dos estudos, sobretudo a quem está em desvantagem devido aos problemas apontados. As dificuldades sempre existiram. A resposta é injusta e desumana. A Escola tem de assumir as suas obrigações, tal como todo o povo português para tê-las a funcionar.

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