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UTAO estima défice de 3,3% no primeiro trimestre

03 jun, 2016 - 13:59

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental sustenta que economia portuguesa terá de avançar 0,9% em cadeia nos três trimestres seguintes para atingir o crescimento de 1,8% estimado pelo Governo para o conjunto do ano.

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A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima que o défice tenha atingido os 3,3% do PIB no primeiro trimestre deste ano em contas nacionais, as que contam para Bruxelas, considerando que essa previsão "coloca desafios" ao Governo para o resto do ano.

Na nota sobre a execução orçamental de Abril, a que a agência Lusa teve acesso, a UTAO sublinha que economia portuguesa terá de avançar 0,9% em cadeia nos três trimestres seguintes para atingir o crescimento de 1,8% estimado pelo Governo para o conjunto do ano.

“Tendo em conta a divulgação da estimativa das contas nacionais sobre o primeiro trimestre de 2016 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), de um crescimento em cadeia de 0,2%, verifica-se que para obter um crescimento de 1,8% do PIB em 2016 será necessário que a variação média em cadeia dos trimestres seguintes seja aproximadamente de 0,9%”, estimam os técnicos especialistas da UTAO.

A UTAO admite que esta previsão é agora “mais exigente” do que na altura da realização do Orçamento do Estado e do Programa de Estabilidade.

“No âmbito destes documentos, para um crescimento do PIB de 1,8% era necessário que o crescimento médio em cadeia do PIB fosse de 0,5% e 0,6%, respetivamente. Contudo, os dados revelados situaram-se abaixo desse crescimento médio, pelo que será necessário que os trimestres seguintes cresçam a uma taxa superior (em média 0,9%) para que se mantenha o crescimento anual previsto (1,8%)”, escreve a UTAO.

Os técnicos afirmam ainda que, caso a média dos crescimentos se situe nos 0,6% - como previsto nos dois documentos preparados pelo executivo liderado por António Costa, “estima-se que o crescimento anual do PIB em 2016 seja de 1,4%”.

No primeiro trimestre deste ano, a economia portuguesa avançou 0,2% em cadeia e 0,9% em termos homólogos, o que significou que o ritmo de crescimento se manteve face ao trimestre anterior, mas que abrandou face ao mesmo período de 2015 (quando a economia avançou 1,7%).

A UTAO junta-se assim aos organismos internacionais e centros de estudos nacionais que duvidam das estimativas de crescimento previstas pelo Governo. Recentemente, foi a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que se mostrou mais pessimista do que o executivo, apresentando uma estimativa de crescimento da economia portuguesa de 1,2% este ano.

Por sua vez, o Governo tem afirmado que não será necessário rever as metas.

Comentários
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  • Alberto
    03 jun, 2016 Funchal 18:38
    Calma! Basta aumentar os combustíveis.
  • Luis B.
    03 jun, 2016 Mirandela 17:07
    A UTAO pode ter falhado no défice final de 2015 porque não incluiu (só pode) o défice da resolução apressada do caso Banif onde os socialistas não mediram as consequências, porque dava jeito que o ónus dessa decisão ficasse nas últimas contas da gestão PSD+CDS. A realidade é que vários analistas, mesmo da área da esquerda, têm mostrado que a actual estratégia do governo "poucochinho" do PS e extrema esquerda, não pode atingir os objectivos que Portugal precisa e que o centro-direita estava, abnegadamente, a alcançar.... Esta malta da esquerda tem um problema com o dinheiro: gosta de dividir, mas não gosta de trabalhar nem respeita quem promove riqueza: os empreendedores, aquilo que a extrema esquerda chama de "patronato"... Quando não se percebe que os empreendedores têm de ter o mesmo tratamento que os trabalhadores o que acontece é que os empreendedores deixam cair as empresas e os comunas e bloquistas que façam a sua gestão... Resumindo: o país que se lixe, o que importa é o Costa transformar a sua derrota eleitoral numa vitória da esquerda... os portugueses que paguem a factura, é esse o sentido patriótico desta gente...
  • Artur
    03 jun, 2016 Lisboa 16:22
    Vai ser muita dificil para esta gente que inicialmente desacreditou o orçamento de estado reconhecer que estavam errados.
  • VICTOR MARQUES
    03 jun, 2016 Matosinhos 16:16
    Mentirosos! O Costa vê-se negro, mas lá vai guiando a geringonça! Mas, cuidado! Com a "carta por pontos" qualquer dia anda a pé e nós de gatas!!!...
  • A UTAO
    03 jun, 2016 lx 16:11
    Em 2015 dizia "Défice de 3% em 2015 é "exequível" mas "exigente"!...Ficou-se nos 4,5%! Que credito merece a UTAO?...Talvez devessem seguir a Máxima "Prognosticos só no fim do jogo!"...E mesmo assim, há duvidas se acertavam!
  • artur carvalho
    03 jun, 2016 Lisboa 15:42
    Pois é quando se trata de contas o PS e seus amigos da extrema esquerda do caviar são bons a fazer más contas.Estamos a caminho de novo resgate e ninguém se preocupa e, ainda menos, o vendedor da banha da cobra travestido em 1º ministro. A UTAO é insuspeita e revela isenção e estamos em crer que, em breve, teremos de pedir outra vez ajuda. Onde existe socialismo/ comunismo só existe miséria.Uma tristeza.
  • JULIO
    03 jun, 2016 vila verde 14:17
    A geringonça funsiona bem a destruir, mas haverà muito para destruir ?..

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