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Ano “mortífero” no Mediterrâneo. Mais de 2.500 morreram no mar em 2016

31 mai, 2016 - 12:02

Em declarações à Renascença, Francesco Vigneri, do Observatório de Imigração da Sicília, confirma um fluxo crescente de refugiados.

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O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) alerta que 2016 está a ser um ano particularmente mortífero no Mediterrâneo. Este ano está-se a provar “particularmente mortífero”, diz o ACNUR, que contabiliza 2.510 mortes em naufrágios comparado com as 1.855 mortes contadas no mesmo período em 2015.

“Actualmente, os traficantes estão a colocar pessoas em barcos que são muito pouco seguros e que em muitos casos não são adequados para a travessia. O que acontece é que, assim que partem da costa, chamam os serviços de resgate que os vêm resgatar”, disse um porta-voz do ACNUR.

“É uma corrida contra o tempo para lá chegar antes de os barcos se afundarem, e em muitos casos é tarde demais”, lamentou William Spindler.

Só na semana passada morreram 880 pessoas vítimas de naufrágios.

Em declarações à Renascença a partir de Palermo, em Itália, Francesco Vigneri, do Observatório de Imigração da Sicília, confirma um fluxo crescente de refugiados. De acordo com este responsável, só na última semana foram resgatados mais de 1.700 refugiados das águas do Mediterrâneo.

“Nas últimas semanas a situação piorou significativamente. Digo isto com base na experiência que tenho do trabalho aqui no centro de acolhimento de Palermo”, relata Francesco Vigneri.

“Só na última semana, recebemos 1.050 refugiados que foram resgatados por um barco de salvamento. Poucos dias depois, na mesma semana, outra embarcação trouxe mais de 600”, descreve.

“No total estamos a falar de 1.700 ou mais refugiados resgatados do mar só na última semana. Honestamente é um número muito elevado”, confessa o responsável do Observatório de Imigração da Sicília.

Comentários
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  • fields
    31 mai, 2016 lx 23:03
    Onde é que está a prevenção nestes casos, se as pessoas morrem nos barcos o que é que estão à espera para as impedir de embarcar, é simples, em vez dos paises gastarem dinheiro a tirar cadáveres da água, porque é que não os impedem de embarcar na costa, perseguindo os agiotas que cobram milhares de euros para colocar as pessoas no barco.
  • António Costa
    31 mai, 2016 Cacém 13:34
    "As filosofias e os regimes que se afastaram da religião não têm conduzido nem à paz nem à felicidade..." , considera o imã da Universidade de Al-Azhar, no Egipto. Não se entende, pois a caraterística dos regimes dos países para onde os refugiados fogem é o de serem "laicos". Pior, os refugiados são na sua esmagadora maioria muçulmanos. Pior ainda, os países de onde fogem eram na sua maioria "satélites" da URSS, e a fuga só se deu depois da "libertação" que as Primaveras árabes trouxeram! Só iniciaram a fuga para os países dos "infiéis", depois da "chegada em força do Islão" aos seus países de origem!

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