31 mai, 2016 - 10:51
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Ainda há muitas pessoas que desconhecem a relação entre o tabaco e o cancro do pulmão. Num estudo feito em nove países da Europa, mais de um terço dos inquiridos, fumadores diários, afirmou não estar preocupado com a doença.
“Entre o início do consumo e o aparecimento das doenças decorre um espaço de tempo de cerca de 10 a 20 anos e, para a maior parte da população, torna-se relativamente pouco importante, porque é um factor que pode vir a acontecer a médio/longo prazo”, justifica o presidente da Pulmonale (Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão), António Araújo.
A cada ano, surgem quatro mil novos casos de cancro do pulmão em Portugal. A doença continua a liderar a tabela dos cancros mais mortais, apesar de ser o segundo tipo de cancro mais frequente nos homens e o sétimo entre as mulheres.
Atinge mais homens do que mulheres, mas a tendência pode mudar, dado que, segundo António Araújo, “o consumo de tabaco nos homens tem vindo a descer e a crescer nas jovens do sexo feminino”, grupo onde já verifica um aumento da doença.
A crise é também um factor negativo a contribuir para o consumo do tabaco. “Muitas vezes, a drogas são refúgios para as frustrações do dia-a-dia”, pelo que “só acções combinadas de educação, restrição de venda e consumo, comparticipação de medicamentos que permitam deixar de fumar” poderão, “de uma forma global”, fazer “descer bastante os níveis de consumo”.
Os resultados do estudo europeu, que revelou a desvalorização das consequências do tabaco na saúde, serviram de pretexto à Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão para lançar uma campanha esta terça-feira, Dia Mundial sem Tabaco.
“Actua Contra o Cancro do Pulmão” é uma acção de âmbito europeu em que se dá voz aos sobreviventes de cancro do pulmão, chamando as pessoas a “Agir, Cuidar e Testemunhar”.
Neste Dia Mundial sem Tabaco, também o IPO de Lisboa organiza uma sessão de informação, aberta ao público, sobre questões relacionadas com o tabaco. Vai decorrer às 12h00 e tem entrada livre.
Quem quiser parar de fumar, pode inscrever-se na consulta de cessação tabágica.