30 mai, 2016 - 22:17
A quatro anos do lançamento do satélite “Euclid”, cerca de 400 investigadores e engenheiros nas áreas da Física, Astrofísica e Ciências do Espaço, assim como membros da Agência Espacial Europeia, da NASA e da indústria aeroespacial reúnem-se para discutir os aspectos da missão. A conferência internacional decorre esta semana no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Alguns dos maiores nomes mundiais da Astrofísica e da Cosmologia reúnem-se esta semana no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, para fazer o ponto de situação da missão espacial “Euclid”, que pretende sondar a geometria do Universo e perceber o porquê da sua expansão acelerada.
O satélite “Euclid”, com lançamento previsto para 2020, permitirá detectar cerca de 2 mil milhões de galáxias, que servirão para mapear a distribuição da matéria escura que constitui 23% do Universo, segundo os cientistas.
O satélite terá um telescópio de 1,2 metros de diâmetro e a missão irá realizar um levantamento de 40% do céu, com detalhe sem precedentes.
“Vai observar o Universo à nossa volta, vai permitir recolher dados que nos permitem saber de que forma é que as galáxias estão distribuídas à nossa volta, até a profundidades elevadas em termos de distância”, explicou à Renascença António da Silva, um dos coordenadores da participação portuguesa e membro da direcção do consórcio.
A partir daí, diz António da Silva, o objectivo da missão é “compreender a natureza da chamada matéria escura e da energia escura – dois grandes enigmas da ciência actualmente.”
A missão tem outros aspectos como, por exemplo, testar teorias da gravidade. “Pretende-se saber se a Teoria da Relatividade Geral de Einstein é a teoria que melhor descreve o Universo no seu conjunto ou se precisa de modificações”, refere o cientista português.
A participação de Portugal faz parte de um acordo entre a Agência Espacial Europeia e mais de uma dezena de países envolvidos, incluindo os Estados Unidos.
O objectivo é, juntamente com as outras agências, responder às questões científicas da missão e desenvolver instrumentos para o seu lançamento.
“Para Portugal isto é extremamente importante porque permite que a comunidade científica portuguesa que trabalha na área da Astrofísica e da Cosmologia consiga continuar o seu trabalho e a sua actividade. É também importante do ponto de vista industrial – temos companhias nacionais que respondem a concursos da ESA para a construção de componentes nos diferentes módulos do satélite que vai ser lançado”, sublinha António da Silva.
A reunião de cientistas internacionais começou esta segunda-feira e decorre até sexta-feira, dia 3 de Junho.